01 fev, 2022 - 11:49 • Marta Grosso
Há quatro barragens utilizadas pela EDP para a produção de energia e uma utilizada para a rega que vão, durante este mês, estar sujeitas a limitações na utilização da água.
O anúncio foi feito pelo ministro do Ambiente nesta terça-feira, numa conferência de imprensa realizada após a reunião da Comissão Permanente da Seca. Segundo João Matos Fernandes, a prioridade é para o armazenamento de água para consumo humano, mesmo em barragens utilizadas para produzir eletricidade.
Assim, as barragens de Alto Lindoso e Touvedo, Vilar Tabuaço, Cascata do Zêzere, Cabril e Castelo de Bode, usadas pela EDP para a produção de eletricidade, foram fixadas quotas mínimas de utilização, tendo em conta “o uso principal da água, que é o consumo humano”, afirmou João Matos Fernandes.
“No que à rega diz respeito, a restrição foi imposta para a barragem da Bravura, no barlavento algarvio”, não sendo “possível regar mais a partir desta barragem”.
Estas são as barragens que mais preocupam a Comissão Permanente da Seca. Uma vez que existem outras barragens com volume de água acima da média (como Douro e Guadiana), foi decidido tomar medidas específicas, dirigidas àquelas onde a quantidade de água existente é mais preocupante.
RECURSOS HÍDRICOS
Nas últimas duas décadas, Portugal perdeu cerca de(...)
As decisões tomadas vigoram durante todo este mês e têm como premissa a garantia de “que temos sempre água para consumo para dois anos”, explicou o ministro.
Assim, exemplificou, “mesmo que não caísse uma gota de água nos próximos meses, teríamos água para consumo humano durante dois anos”.
Durante o mês de fevereiro, irá ser feito o acompanhamento diário destas medidas, da evolução que vai havendo no terreno, para perceber se há outras medidas que podem vir a ser tomadas, o que será avaliado e decidido “numa próxima reunião, nos primeiros dias de março”, terminou Matos Fernandes.
Teremos sempre água para o consumo humano para dois anos
Nas últimas duas décadas, Portugal perdeu cerca de 20% dos recursos hídricos. O índice de escassez é mais preocupante nas zonas do Sado e Mira e no Algarve. Em 20 anos, a precipitação também diminuiu, prevendo-se uma redução entre 10% e 25% até 2100.
Não obstante a seca que avança no Algarve, multipl(...)