09 fev, 2022 - 12:11 • Anabela Góis , Marta Grosso
No Hospital de Faro, as escalas da urgência de pediatria têm sido asseguradas com dificuldade e, nesta quarta-feira, os casos mais graves terão de ser transferidos para Portimão.
“Das 9h da manhã às 9h da noite, hoje, não há urgência escalar na pediatria em Faro”, informa o diretor clínico, em declarações à Renascença.
“No entanto, há um ou dois pediatras na unidade de cuidados intensivos pediátricos e neonatais”, e “estão aptos a dar apoio às situações graves e disponíveis para o fazer que é por isso que eles também cá estão”, acrescenta.
Horácio Guerreiro adianta que “o serviço de pediatria com outros pediatras que não estão de urgência funciona das 9h00 às 17h00”, sendo que estes pediatras “também podem dar apoio”.
“Em último caso, quando um médico de urgência tem dúvidas e precisa do parecer de um pediatra, das 17h às 21h pode ter de enviar uma criança a Portimão, para ser observada por um pediatra, mas isso será residual”, considera.
A assistência está assegurada, garante o diretor clínico do hospital de Faro. O Centro Hospitalar do Algarve tem cerca de 100 profissionais de saúde infetados com Covid-19, situação que está a afetar, em particular, o hospital de Faro, onde há 13 médicos em isolamento, cinco dos quais pediatras.
Mas “o problema não tem a ver só com o surto de Covid”, diz Horácio Guerreiro, adiantando que “o surto de Covid, em princípio, dentro de uns dias, estará ultrapassado”. A falta de profissionais já vem de longe e agora agravou-se.
O diretor clínico prevê, por isso, “algumas falhas na escala de urgência de Faro até ao fim do mês de fevereiro” e, quanto “ao futuro não sabemos”.
“A verdade é que, se os médicos deixarem de fazer urgência, aqueles que estão dispensados, então entraríamos em rutura total, porque não é com três pediatras que consigo manter uma escola sete dias por semana, dia e noite”, admite.