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Lisboa. Dia de exames na universidade um dia após atentado travado

11 fev, 2022 - 10:30 • João Cunha

Tranquilos, mas apreensivos. Alunos da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa apontam falhas no apoio psicológico como uma das causas para o ataque que estava a ser preparado pelo colega de Engenharia Informática.

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O silêncio da zona do Campo Grande é apenas interrompido pelo ruído dos automóveis, ao longe, e pela máquina de soprar folhas das árvores, caídas no chão, que um funcionário de uma empresa de limpeza está a utilizar, para limpar um dos parques de estacionamento da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Sentados frente ao café do Campus Universitário, um grupo de alunos fuma apressadamente o último cigarro, antes de entrar na sala de aula onde vão realizar hoje um exame.

A detenção do colega de Engenharia Informática é o tema em discussão: um deles conclui que sendo caloiro, o aluno em causa não deve ter dito grande recepção e acompanhamento,por causa da pandemia. E não terá socializado com os colegas ao ponto de se sentir integrado.

Outra aluna considera que um eventual apoio psicológico podia impedir que pretendesse matar quem lhe aparecesse pela frente, como parece ter sido essa a intenção.

“Até para qualquer aluno, tivesse ou não problemas, esse apoio devia ser dado, frequentemente”, refere uma jovem aluna de Engenharia Biomédica e Biofísica, que prefere o anonimato. Porque “ao iniciar a vida universitária”, diz, “qualquer apoio é bem vindo”.

Miguel Afonso é um dos elementos da Associação Académica da Universidade de Lisboa. Do que foi percebendo desde ontem, reina a tranquilidade entre a comunidade académica.

“Houve alguma curiosidade. A preocupação maior ocorreu ontem, aquando da notícia por parte dos órgãos de comunicação social. Mas acho que não temos factos concretos que apontem para uma clima de tensão generalizada ou preocupação exacerbada por parte da comunidade estudantil”.

Hoje, as aulas decorrem como previsto. Ou melhor, os exames, já que ontem a Faculdade emitiu um comunicado a dizer que “a fase avaliativa iria decorrer com naturalidade e normalidade. Por isso, os alunos vão deslocar-se ao campus universitário para realizar os seus exames”, indica Miguel Afonso.

Nuno Parreira também vai ter exame, dali a umas horas.

Considera todo o caso uma situação grave e espera que a comunidade académica seja mais informada sobre o ocorrido. Sobretudo sobre os motivos. De forma a que "o periodo de trabalho da Faculdade possa ocorrer normalmente e tranquilamente".

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