13 fev, 2022 - 23:17 • Anabela Góis com redação
Só na terça-feira é que os laboratórios Germano de Sousa vão voltar a abrir portas. O presidente da instituição garante que as bases de dados não foram atingidas pelo ataque informático de quinta-feira.
"Os estragos não foram muitos, as bases de dados estão garantidas, não foram corrompidas. Para que se consiga reconstruir sem risco, tem que se parar", assegura Germano de Sousa.
O responsável revela que o que aconteceu é obra de "hackers profissionais", sublinhando que esta atividade "hoje em dia é um negócio".
"O pedido de resgate não é direto. O que há nestes processos são links que nos dão acesso a um site com um pedido de resgate ou um início de comunicação com os responsáveis pelo ataque. Nós nunca acedemos a isso por uma questão de opção, não negociamos com criminosos", explica Germano de Sousa à Renascença.
O grupo Germano de Sousa justifica a decisão com razões de segurança informática e com a necessidade de repor o normal funcionamento dos serviços, sem constrangimentos para os utentes.
Na sequência do ataque informático, o laboratório afirma "não existir qualquer evidência" de que os dados dos doentes tenham sido comprometidos, adiantando que está a colaborar com as autoridades competentes.
Agência da União Europeia para a Cibersegurança es(...)
Segundo o grupo Germano de Sousa, o ciberataque, ocorrido na madrugada de quinta-feira passada foi "deliberado e criminoso com o objetivo de causar danos e perturbações à sua atividade e aos seus doentes".
Quanto ao impacto desta paragem no reporte diário de novos casos de Covid-19, o médico assegura que o atraso já terá sido resolvido e os dados em falta repostos.
"Cerca de 15% dos testes nacionais são feitos por nós e quinta-feira pode ter havido uma quebra, porque na quarta e quinta houve muitas pessoas que fizeram testes connosco e que nós não fomos ainda capazes de reportar. Portanto, a nível nacional poder ter havido um período em que 15% dos novos casos não foram reportados. Mas a partir deste dia, os doentes já foram fazer testes a outros laboratórios e, portanto, a retenção já não está resolvida", esclarece.
Foi o terceiro caso conhecido nessa semana, após o da Vodafone e o da Trust in News, empresa detentora da revista "Visão" e de outras 14 marcas de informação.