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"Nos próximos quatro anos há condições para reverter" índices baixos de leitura, diz APEL

16 fev, 2022 - 19:40 • João Malheiro

O Inquérito às Práticas Culturais dos Portugueses de 2020 indica que 61% dos portugueses não leu qualquer livro nesse ano. O presidente da APEL aponta que o livro é visto como "um bem de luxo" e, num país com famílias com salários médios baixos e restrições orçamentais sérias, "é difícil encarar a compra do livro".

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O presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) defende que os quatro anos da próxima legislatura têm condições "para começarmos a reverter" os baixos índices de leitura de Portugal.

O Inquérito às Práticas Culturais dos Portugueses de 2020, publicado esta quarta-feira, indica que 61% dos portugueses não leu qualquer livro nesse ano.

É o reflexo de uma falha de "gerações inteiras, do Estado e da sociedade civil", avalia Pedro Sobral, presidente da APEL, ouvido pela Renascença.

"A tendência é para piorar uma situação que já está grave. Há condições nos próximos quatro anos para inverter os maus hábitos relativos à leitura", considera.

Outro dado preocupante do Inquérito é que os que menos prazer retiram da leitura (43%) são os jovens dos 15 aos 24 anos, precisamente os que mais leem para estudar ou realizar trabalhos escolares (45%).

O presidente da APEL aponta que o livro é visto como "um bem de luxo" e, num país com famílias com salários médios baixos e restrições orçamentais sérias, "é difícil encarar a compra do livro".

Para além disso, Pedro Sobral acredita que o sistema educacional também "falha" na forma como aborda a leitura.

"Mais do que ser um meio de entretenimento, é uma metodologia que nos permite desenvolver a língua, a linguagem e expressar o que queremos e os nossos objetivos", afirma.

Para combater esta realidade, o responsável da APEL apela a que se criem "políticas públicas que dêm apoios às famílias", porque uma casa sem livros "mata a leitura".

"E também programas de incentivo à leitura que envolvam a sociedade civil. O Ministério da Educação, o Ministério da Cultura e o Ministério das Finanças têm de trabalhar em conjunto com o resto da sociedade", defende.

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