22 fev, 2022 - 18:54 • Lusa
A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) alerta para o número “anómalo” de incêndios florestais que se registaram desde o início do ano e considerou urgente um reforço de meios para fazer frente ao período tradicional de fogos.
Em comunicado, esta terça-feira, a LBP manifesta “preocupação sobre o número de incêndios florestais que já se verificaram desde o princípio do ano de forma anómala, o período de seca que está a assolar o país e a urgência do reforço de meios necessários a fazer frente ao período tradicional de fogos florestais e rurais”.
“A LBP está disponível para participar na abordagem dessas questões, mas adverte, desde já, para que não se lembrem de vir pedir responsabilidades aos bombeiros, que não lhes dizem respeito, sobre o que possa vir a acontecer nos incêndios florestais no tocante à vigilância e à prevenção”, precisa a Liga, frisando que os bombeiros “não podem ser bode expiatório ou desculpa para falhas no sistema”.
A LBP considera que o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) para este ano “já devia ter sido debatido e acordado entre todos os intervenientes”, defendendo que a diretiva financeira (comparticipação de despesas das corporações dos bombeiros resultantes de intervenções no âmbito das operações de proteção e socorro e estados de alerta) associada ao DECIR deve merecer uma “ponderação cuidada e atempada”.
A LBP adverte que só vai concordar com uma diretiva financeira “depois da prévia discussão e os acertos que considere fundamental para o êxito da missão, a segurança dos bombeiros e a salvaguarda do seu impacto financeiro nas associações humanitárias”.
A Liga dos Bombeiros defende também que o DECIR “deve refletir a situação e o aumento dos riscos associados”, tendo em conta o ano seco.
“A LBP considera ainda que se deve concentrar, neste momento, todos os esforços de planeamento e posteriormente de execução nas fases da prevenção (incluindo limpeza de matos e caminhos), preparação de pontos de água e um forte dispositivo de vigilância e controlo de acesso a áreas sensíveis”, refere ainda a LBP, em comunicado.
Dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) indicam que desde 1 de janeiro e até hoje deflagraram 1.940 incêndios, que provocaram 6.340 hectares de área ardida, números que não são habituais para esta época do ano.
O DECIR normalmente é apresentado todos os anos em abril e é a partir de 15 de maio que há um reforço de meios de combate.