22 fev, 2022 - 20:08 • Lusa
Muitos pais estão a recusar os novos computadores que as escolas têm para emprestar aos alunos, revelou o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).
“Muitos pais não levam os computadores porque, entretanto, já compraram um para o seu filho ou então são casos em que percebem que se trata de um empréstimo que terão de devolver”, contou à Lusa Filinto Lima, que é presidente da ANDAEP.
Os computadores têm de ser devolvidos em bom estado no final do ciclo, à semelhança do que acontece com os manuais escolares emprestados a todos os alunos do ensino obrigatório da escola pública que, no final do ano, têm de os devolver.
A pandemia de Covid-19, que chegou a Portugal há quase dois anos, fez acelerar o programa de digitalização das escolas. Em 2020, o primeiro-ministro António Costa anunciou o programa de distribuição de computadores por todos os alunos das escolas públicas, cerca de um milhão de crianças e jovens.
O programa Escola Digital inclui a distribuição de computadores e ligação à internet a alunos e professores, mas também a capacitação de docentes e a disponibilização de "recursos pedagógicos digitais".
Mais de um milhão de computadores já foram distribuídos pelas escolas, numa operação que custou cerca de 400 milhões de euros, confirmou a Lusa junto do Ministério da Educação, esta terça-feira.
O encerramento das escolas fez parte das primeiras medidas anunciadas pelo Governo, ainda em março de 2020, numa altura em que milhares de alunos não tinham ainda equipamentos ou ligações à internet que lhes permitisse estarem ligados à escola via online.
A pandemia trouxe enormes desafios na área da educação, provocados pela repentina mudança do tradicional ensino presencial para um ensino a distância, com as dificuldades de adaptação de professores e alunos a novas plataformas e formas de ensinar e aprender.
Vários estudos realizados ao longo dos últimos dois anos revelaram que as aprendizagens dos alunos foram prejudicadas pela pandemia, em especial os estudantes que já pertenciam a grupos mais desfavorecidos, tendo o Governo lançado um plano de recuperação "Plano 21/23 Escola+”, dirigido ao ensino básico e secundário.