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Portugal condena "de forma veemente a ação militar da Rússia sobre a Ucrânia", diz Costa

24 fev, 2022 - 10:30 • Marta Grosso

Reação do Governo ao ataque ordenado por Putin contra a Ucrânia. Primeiro-ministro garante que Portugal só participará em missões de dissuasão e abre portas a quem queira sair da Ucrânia. "Rússia deve parar o ataque e retirar as forças", defende.

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António Costa diz que Portugal "condena de forma veemente a ação militar da Rússia sobre a Ucrânia". Segundo o primeiro-ministro, a NATO está agora reunida para definir que ação irá tomar para proteger todos os países da Aliança, sobretudo os mais próximos da Ucrânia.

"Portugal integra as forças de ação rápida da NATO e tem um conjunto de elementos preparados para, em cinco dias, serem colocados sob as ordens do comando da NATO para a realização dessas missões de dissuasão", avança o chefe do executivo nesta quinta-feira, numa conferência de imprensa marcada para depois da reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros, o ministro da Defesa e o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, que ocorreu por volta das 9h00.

"Que fique claro que a NATO não vai intervir na Ucrânia, apenas poderá levar a cabo de missões de dissuasão em países da NATO que fazem fronteira com a Ucrânia e Portugal vai participar nessas ações", sublinha o primeiro-ministro.

"As missões em que Portugal participará são de disuasão junto dos países da NATO com fronteira com a Ucrânia", reforça.

"Tivemos oportunidade de ouvir informação detalhada do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, que será transmitida ao Presidente da República. Teremos ao longo do dia de hoje reuniões do Conselho de Estado para definir sanções a aplicar à Rússia. A NATO definirá o que fazer em relação a missões de dissuasão para proteger os países da NATO na fronteira com a Ucrânia e com a Rússia e para defender o espaço entre a Islândia e a Turquia", detalha.

"São todos bem-vindos"

O chefe do Governo avança ainda que está preparado um processo de retirada, que será ativado "se e quando for solicitado que assim aconteça". Os cidadãos que queiram sair da Ucrânia para Portugal "são bem-vindos", bem como os "seus familiares e amigos". Está preparado um plano de evacuação.

"Portugueses e luso-ucranianos que vivem na Ucrânia, uns já vieram para Portugal e 102 estão identificados. Temos previsto plano de evacuação que passa pelo recurso a países vizinhos. Cidadãos ucranianos que tenham cá familiares, amigos e conhecidos são bem-vindos em Portugal", afirma.

António Costa diz esperar que a Rússia retire e promova o diálogo e a paz e a segurança na Europa.

"Portugal garantirá a proteção internacional. Espero que a União Europeia assuma a sua missão e, tal como fizemos no passado com vítimas da Síria e da Líbia, devemos ter a mesma atitude com o Leste", defende o primeiro-ministro.

"O desafio de acolher refugiados e a sua inserção é um dever que nos implica a todos. Em todos os casos temos de ser solidários", defende António Costa.

António Costa apela à calma: "quanto maior é a tormenta, mais necessária é a calma".

Portugal pouco dependente da energia russa

No que toca a eventuais efeitos na economia portuguesa, Costa diz ser cedo para avaliar. "É preciso saber primeiro saber a duração desta guerra e ainda a resposta da Rússia às sanções que a União Europeia vai aplicar hoje" a Moscovo.

"Portugal é menos dependente do que outros Estados da energia da Rússia e esta é uma oportunidade para a União Europeia pensar em diversificar as fontes de energia e acelerar o processo de descarbonização e melhor utilização das energias renováveis", defende.

O Presidente da República convocou, para esta quinta-feira, uma reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional, em Belém, pelas 12h00. Este é o órgão de consulta do chefe de Estado para questões relativas à defesa nacional.

Na Ucrânia, a embaixada de Portugal aconselha os cidadãos portugueses a sair do país através das fronteiras terrestres com a União Europeia, preferencialmente na direção da Polónia e da Roménia.

A Rússia invadiu a Ucrânia na madrugada desta quinta-feira, depois de um discurso em que Vladimir Putin falava na necessidade de proteger os habitantes das províncias separatistas ucranianas, que ainda esta semana reconheceu como independentes.

Segundo o Presidente russo, o objetivo é desmilitarizar e "desnazificar" a Ucrânia.

Foram registadas fortes explosões em pelo menos cinco cidades da Ucrânia, incluindo na capital, Kiev, e houve bombardeamentos que destruíram várias edifícios. Há notícias de vítimas civis.

A corrida aos supermercados já começou e há uma fila imensa para sair de Kiev.

O Presidente ucraniano pede a quem saiba manejar uma arma que esteja disponível para colaborar com as forças militares. Depois de ter apelado à calma, Volodymyr Zelenskiy vem pedir à população que proteste contra a guerra, avança a agência Reuters.

Há notícia de 40 soldados ucranianos mortos.

ONU, NATO, Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia já condenaram a decisão russa de invadir a Ucrânia. Está a ser preparada uma resposta da parte dos Aliados.

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  • Cidadao
    24 fev, 2022 Lisboa 10:46
    Se a NATO não vai intervir, mais vale estarem calados. Assim, pelo menos não juntam à impotência, a humilhação de serem ignorados pelos Russos.

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