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Análise

Rússia/Ucrânia. Conflito de “consequências imprevisíveis”

24 fev, 2022 - 12:32 • Fátima Casanova

Major-General Luís Raúl Cunha avisa para os perigos uma escalada de violência na região pode culminar num conflito nuclear. Este antigo comandante da Brigada de Reação Rápida do Exército admite que ficou surpreendido com a rapidez do evoluir da situação.

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O Major-General Raúl Cunha reconhece que não ficou “admirado por o Presidente Putin ter tomado a decisão de avançar para a guerra”, mas admite que não estava à espera de tanta rapidez numa ação militar.

Este militar na reserva diz que ainda é cedo para determinar quais os objetivos desta operação militar: “se fica contida nos territórios que foram reconhecidos pela Rússia [Donetsk e Lugansk] ou se se vai alargar ao resto da Ucrânia”.

Raúl Cunha diz que “as forças armadas russas estão a desgastar toda a estrutura militar ucraniana” e agora “as consequências que isso poderá ter e a forma como a Ucrânia vai reagir vai ser determinante” para o evoluir do conflito.

Em entrevista à Renascença, este militar considera que “o Ocidente tem culpas, porque ajudou a agravar a situação e porque nunca forçou o cumprimento dos acordos de Minsk”.

“É preciso muito cuidado”

O Major-General Raúl Cunha avisa que é preciso “ter muito cuidado com a situação, porque envolver o Ocidente militarmente neste conflito é um péssimo pronúncio”. Se o conflito se estender a todo o território da Ucrânia, “pode rapidamente subir de nível” e chegar a um conflito nuclear, considera.

Nesta entrevista à Renascença, este antigo comandante da Brigada de Reação Rápida do Exército, receia que entre elementos do governo, paramilitares e militares haja pessoas que tenham guardado algumas armas do arsenal nuclear que a Ucrânia tinha” e antecipa que “se houver utilização desse armamento a resposta russa será terrível.

Raúl Cunha “tem muito receio de que isso venha a acontecer” e acrescenta que “as forças armadas ucranianas estão infiltradas por gente muito pouco confiável, é preciso ter muito cuidado com isso”.

Já no final da entrevista volta a avisar que “este conflito é brincar com o fogo e de consequências imprevisíveis, espera que se limite a uma ocupação das regiões do Donbass.

“Se o conflito for mais alargado temo que as coisas possam evoluir de uma maneira muito perigosa”, conclui o Major General Raúl Cunha.

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