27 fev, 2022 - 18:39 • Lusa
O Governo Regional da Madeira criou uma linha telefónica de apoio psicológico aos cidadãos russos e ucranianos residentes na região autónoma na sequência do conflito provocado pela invasão da Rússia à Ucrânia, foi hoje anunciado.
Segundo a informação disponibilizada pelo Serviço Regional de Saúde da Madeira (Sesaram) a ajuda pode ser solicitada para o contacto telefónico 969320140.
Esta linha vai estar disponível "todos os dias entre as 09:00 e as 21:00", refere-se na mesma nota.
O presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, afirmou na sexta-feira que a Madeira tem uma comunidade de "328 residentes permanentes ucranianos e 413 cidadãos russos", acrescentando que são "pessoas completamente integradas na sociedade [madeirense], que são sempre bem-vindos".
Nos últimos dois dias, o executivo madeirense tem também efetuado diligências para permitir o regresso de 189 turistas ucranianos e 220 russos aos respetivos países que ficaram retidos nesta região devido ao encerramento dos espaços aéreos.
O Governo Regional informou que cerca de 80 destes turistas ucranianos já deixaram a Madeira com ligações que passam pela Lituânia.
Os turistas russos tinham o regresso previsto para hoje, mas o voo de ligação a Moscovo não se concretizou.
O secretário do Turismo da Madeira afirmou hoje que a falta de resposta e apoio da embaixada da Rússia a estes cidadãos está a dificultar uma resposta alternativa para esta situação.
Também assegurou o apoio do executivo madeirense a estes turistas, "à semelhança do que aconteceu aos cidadãos ucranianos", perspetivando que possa ser encontrada uma solução na segunda-feira.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram cerca de 200 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.