05 mar, 2022 - 19:51 • Lusa
O autocarro humanitário que na quinta-feira rumou de Braga à Polónia encetou, este sábado, a viagem de regresso àquela cidade minhota, com 44 refugiados a bordo, estando a chegada prevista para segunda-feira.
Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, disse que no autocarro embarcaram 10 crianças (entre 01 e 11 anos) e nove adolescentes (dos 12 aos 17 anos).
Seguiram viagem também 25 mulheres adultas, três das quais com mais de 65 anos.
“Temos vindo a trabalhar com vários, desde há duas semanas a esta parte, para um acolhimento pleno de todos eles”, acrescentou.
Em termos de alojamento, alguns ficarão em casa de familiares que já residem em Braga, enquanto para os outros estão a ser equacionadas várias soluções.
Numa primeira fase, o Hotel João Paulo II, no Sameiro, vai acolher alguns dos refugiados.
Está também a ser trabalhada a vertente do emprego, havendo já “várias ofertas” de empresas e instituições, uma das quais do Sporting Clube de Braga.
Paralelamente, e ainda segundo Ricardo Rio, vai ser lançada uma campanha de apadrinhamento, para que empresas, instituições ou particulares assumam uma responsabilidade direta e um apoio mais efetivo a cada um dos refugiados.
“Estamos a falar, por exemplo, de responsabilidades ao nível do fornecimento de bens essenciais, como alimentação, que obviamente não podem faltar”, explicou.
No regresso, o autocarro deverá trazer, pelo menos(...)
Da mesma forma, os refugiados terão também “apoio imediato” para aprendizagem da língua portuguesa e da educação.
“Não sabemos quanto tempo vão ficar em Braga, porque haverá certamente situações muito diversas, mas vamos assegurar que, enquanto cá estiverem, terão um acolhimento pleno”, frisou o autarca.
Na quinta-feira, partiu de Braga um autocarro com destino a Wroclaw, na Polónia, para recolher refugiados ucranianos e os levar para aquela cidade minhota.
No autocarro, carregado de alimentos, agasalhos e medicamentos, seguiram também uma médica, uma enfermeira e um elemento da Proteção Civil, além de um ucraniano radicado na região de Braga que serve de tradutor e de uma cidadã portuguesa que está desde a primeira hora ligada a esta missão.
São 2.850 quilómetros para cada lado, numa viagem que, ida e volta, poderá demorar cerca de 80 horas e que é conduzida por quatro motoristas, para que se faça “praticamente sem parar”.
“Para lá, correu tudo muito bem, para cá também espero que corra. Estamos a pensar que a chegada possa acontecer na segunda-feira, ao princípio da tarde, mas ainda sem certezas”, disse ainda Ricardo Rio.
Na cidade de Braga, já vivem atualmente cerca de 800 ucranianos, o que, segundo o autarca, irá “certamente” facilitar a integração dos refugiados que se abandonaram o seu país por causa da invasão russa.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar à Ucrânia e as autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças.
Segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.