08 mar, 2022 - 10:13 • Anabela Góis , Olímpia Mairos
Há utentes de outros países a tentar comprar iodeto do potássio em Portugal. Um suplemento que se acredita que pode proteger em caso de exposição radioativa.
A presidente da Associação Nacional de Farmácias diz que a procura se verifica desde a semana passada, quando houve o ataque à central nuclear de Zaporíjia, na Ucrânia.
“Há farmácias que inclusivamente têm recebido prescrições, até de outros países, e sabemos que é para o efeito de proteção contra a exposição à radiação”, conta à Renascença.
Ema Paulino garante, no entanto, que o medicamento não é vendido para esse efeito. Para além de ser ineficaz, em Portugal ele só é dispensado a quem tem prescrição médica, normalmente a grávidas.
“As farmácias, aquilo que têm estado a fazer é informar as pessoas que a dosagem do medicamento que se encontra disponível em Portugal não atinge as dosagens preconizadas para utilização para esse efeito”, esclarece.
Ainda segundo Ema Paulino, apesar de a procura de informação sobre estes medicamentos ter aumentado, as farmácias estão a reservar o suplemento, que é habitualmente tomado por grávidas, para as indicações para que o medicamento está aprovado.
O único fármaco aprovado pelo Infarmed para utilização após acidentes nucleares, com o objetivo de evitar a absorção de iodo radioativo pela tiroide, designa-se Iodeto de Potássio GL Pharma 65 mg, mas não está à venda nas farmácias.
O medicamento só pode ser tomado após um apelo explícito das autoridades e só tem elevada eficácia nas duas horas seguintes à exposição.
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