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​Debates, minuto de silêncio e doações. Falar da guerra na escola

09 mar, 2022 - 07:20 • Cristina Nascimento

Diretora do Agrupamento de Escolas em Benfica explica que alguns alunos souberam na escola do que se passava na Ucrânia. Docentes promoveram debates e deram informações adequadas a cada idade.

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Já fizeram debates, já fizeram um minuto de silêncio, já recolheram donativos para enviar para a Ucrânia. Rosária Alves é diretora do Agrupamento de Escolas de Benfica, em Lisboa. Desfia o que já fizeram e garante que há mais propostas pensadas para breve.

As escolas deste agrupamento refletem o que se passa um pouco por toda a parte. O tema da guerra está em todo o lado, ninguém fica imune e as crianças não são exceção.

No entanto, as reações diferem consoante a idade, explica Rosário Alves, em declarações à Renascença.

“Temos a situação em que os miúdos, de facto, não percebem bem o que está a acontecer, que são os mais pequenos, que veem à sua volta quer os pais, quer as famílias agitados, mas não percebem o que está a acontecer. Com os mais velhos o sentimento é outro, é de genuína preocupação e, muitas vezes, um sentimento de revolta e injustiça pelo que está acontecer ao povo ucraniano e algum anseio pelo que possa acontecer na Europa”, descreve a professora.

Perante estas inquietudes, os professores acabaram por ser, na escola, aqueles que estão na linha da frente para responder às perguntas dos alunos. A realidade apanhou quase toda a gente desprevenida, não houve tempo para ações de formação e valeu “o bom senso e a pedagogia habitualmente dos docentes”.

“Nós temos uma guerra e no dia seguinte temos aulas. Os miúdos vêm agitados, os miúdos ouviram… uns até nem ouviram e ficaram a saber ali e foi naturalmente que as explicações aconteceram”, descreve Rosária Alves.

Escolas já tinham 13 alunos ucranianos

Da vasta comunidade escolar do agrupamento já faziam parte 13 alunos ucranianos em diversos graus de ensino. Estão, descreve a professora, preocupados, nalguns casos angustiados pois ainda têm na Ucrânia familiares próximos.

Relativamente a estes 13 alunos, a escola decidiu não fazer “nada de forma diferente para que eles não sentissem essa diferença e não se se sentissem mais incomodados”.

“Ouvimos as suas preocupações, as suas angústias e aflição e dissemos-lhe que a escola estará aqui para os ajudar no que eles precisarem”, assegurou.

Rosária Alves garante ainda que quando chegarem novos meninos ucranianos “serão plenamente acolhidos” e refere que “será uma questão de tempo”.

Ainda antes da chegada dessas crianças, a escola já pôs mãos à obra e reuniu donativos, que entregou à Junta de Freguesia de Benfica.

Simbolicamente, também suspendeu a cobrança da renda que a Escola Ucraniana pagava para usar as instalações da escola e pode abrir portas aos sábados.

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