11 mar, 2022 - 17:35 • Lusa
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O ministro da Educação reafirmou esta sexta-feira que as escolas portuguesas estão preparadas para receber crianças provenientes da Ucrânia e admitiu a possibilidade de ser aumentado o número de turmas ou a contratação de professores se necessário.
Em duas semanas, a guerra na Ucrânia empurrou para fora do país 4,5 milhões de pessoas e a Portugal já concedeu até hoje mais de 5.700 pedidos de proteção temporária, maioritariamente mulheres e crianças.
Da parte das escolas, o ministro da Educação assegurou que estão preparadas para acolher todas as crianças e jovens nesta situação e que se irão adaptar para responder às necessidades.
“Neste momento, sabemos que estão a chegar crianças a Portugal, mas não sabemos a extensão do número de refugiados que irão chegar. Em função disso, teremos de dar resposta”, disse Tiago Brandão Rodrigues à margem de uma visita à Escola Básica e Secundária de Caminha.
Essa resposta, precisou, poderá passar pelo aumento do número de turmas para acomodar os novos alunos e, consequentemente, pela contratação de mais professores, mas para já essa necessidade não se coloca.
Para agilizar a integração dos alunos beneficiários ou requerentes de proteção internacional, o Ministério da Educação definiu medidas extraordinárias para o seu acolhimento nas escolas, estando deste já assegurado o acesso ao apoio social escolar.
Numa fase inicial, deverão começar por frequentar aulas para aprender a língua portuguesa e apenas as disciplinas que a escola considerar adequadas, naquilo que o ministério descreve como um modelo de "integração progressiva no sistema educativo".
“É importante que a imersão na língua portuguesa possa acontecer o mais rapidamente possível, porque só com o conhecimento da língua portuguesa poderemos depois dar o salto para o currículo”, disse Tiago Brandão Rodrigues.
Serão também constituídas nas escolas equipas multidisciplinares para desenvolver estratégias adequadas à situação das crianças e jovens ucranianos e haverá processos simplificados para o reconhecimento das qualificações.
“Ou, caso as crianças cheguem sem nenhum tipo de certificado, para poderem condicionalmente ser colocadas num ano de escolaridade e serem acompanhadas nessa certificação das suas habilitações”, acrescentou o ministro.