14 mar, 2022 - 18:35 • Redação
Portugal era dependente da Ucrânia no milho para rações e sementes de girassol, mas o Governo fez um esforço, nas últimas semanas, para diversificar as fontes de abastecimento, por isso não há motivo para alarme. “O abastecimento de bens está assegurado”, garantiu o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, esta segunda-feira.
O governante pediu também aos portugueses que não acorressem aos supermercados, com receio de algum tipo de escassez de bens. De momento, “não há faltas agora” de produtos “nem se prevê que venha a ocorrer nos próximos meses”. “Não vale a pena ir a correr ao supermercado, esgotar papel higiénico e óleo de girassol”, disse ainda.
Em conjunto com a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, Siza Vieira anunciou hoje o primeiro conjunto de apoios governamentais preparados no âmbito do conflito na Ucrânia. O mais significativo será uma linha de crédito com garantia pública que será gerida pelo Banco Português de Fomento, com dotação de 400 milhões de euros.
A linha de crédito, destinada às empresas mais afetadas que operam nos setores da indústria transformadora e dos transportes, terá um nível de cobertura de 70% do montante financiado e ficará disponível a 17 de março.
Poderão aceder a este apoio, empresas com peso igual ou superior a 20% de custos energéticos nos custos de produção; com aumento do custo de mercadorias vendidas e consumidas superior a 20%; ou com quebra de faturação operacional igual a 15% quando resulte da redução de encomendas devido à escassez ou dificuldade de obtenção de matérias-primas, componentes, ou bens intermédios.
Siza Vieira revelou também um desconto nos combustíveis para os operadores de TVDE e transportes de mercadorias por conta de outrem: 30 centímos por litro.
O Governo antecipa que o aumento de preços vá afetar em particular as famílias mais carenciadas. Nesse sentido, o ministro da Economia anunciou que o Governo está a “estudar um mecanismo de apoio para famílias mais vulneráveis” que as compense pelo aumento dos preços dos bens alimentares.
“Iremos monitorizar o que vai ser o impacto da situação sobre o cabaz de compras de bens essenciais” e em função disso definir o valor da prestação social, revelou.
Este apoio poderá chegar a um universo potencial de 1.4 milhões de pessoas, o mesmo que tem acesso à tarifa social de energia.