15 mar, 2022 - 14:13 • Liliana Monteiro , Cristina Nascimento
Proibir alimentos nocivos ou educar para uma alimentação e hábitos de vida saudáveis. Este foi um dos temas em debate no terceiro Fórum sobre Envelhecimento Saudável Reino Unido-Portugal.
Entre os vários convidados do evento, marcou presença Sara Harper, professora em Oxford, no Instituto de Envelhecimento Populacional, considerou que o caminho deverá ser feito mais pela mudança de hábitos e não tanto por imposições que podem ser mal recebidas.
“Se disserem às pessoas parem de comer comidas com gorduras más, com muito açúcar, com muito sal, comam vegetais, parem de beber em demasia, muitas pessoas vão reagir. Mas se conseguirmos chegar até elas de alguma forma, as populações tenderão a corresponder”, disse a especialista.
Sara Harper acredita que “há muitas pessoas que querem realmente viver vidas saudáveis” e que a Covid foi importante, pois “fez-nos a todos olhar pela nossa saúde”.
Assim, acredita também que este é “o tempo dos governos dizerem ‘sabemos como nos manter saudáveis’” e não tem dúvidas que o trabalho deve “começar pelas crianças”.
“Se começarmos pelas crianças, elas crescem sem hábitos pouco saudáveis”, diz Sara Harper, apontado o exemplo da Nova Zelândia onde “vão proibir os cigarros a todos os menores de 15 anos, ou seja, todos os que têm agora 15 anos nunca vão fumar. Eventualmente, teremos toda uma população que não fuma e isso é uma coisa mesmo, mesmo boa”.
Esta especialista lembra que os mais novos são muitas vezes responsáveis pela criação de hábitos saudáveis dos pais.
“No Reino Unido, por exemplo, sabemos que os mais pequenos influenciaram muito os pais para deixarem de fumar, para sermos mais ambientalmente responsáveis e para reduzir o consumo de álcool. Por isso, se educarmos as crianças, educamos os pais”, remata.
Neste Fórum sobre Envelhecimento Saudável Reino Unido-Portugal houve partilha de experiências, melhores práticas e ideias sobre envelhecimento ativo e saudável. O evento teve como protagonistas oradores portugueses e britânicos que tentaram encontrar respostas para os desafios de uma sociedade em permanente mudança, mas também cada vez mais envelhecida.
A realização deste Fórum é uma iniciativa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, em parceria com a Renascença.
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