21 mar, 2022 - 12:01 • Carla Caixinha
O agente da PSP que estava em coma morreu esta segunda-feira no Hospital de São José, em Lisboa. Fábio Guerra, de 26 anos, não resistiu aos graves ferimentos, confirma o Comando Metropolitano de Lisboa.
A nota enviada à redação informa “com pesar e dor, que, na sequência das agressões de que foi vítima em 19 de março de 2022, em ação policial, o agente Fábio Guerra da PSP, faleceu hoje pelas 9h58, vítima das graves lesões cerebrais que sofreu”.
A PSP agradece os esforços da equipa do Hospital de São José na “assistência ao nosso polícia, na luta que travou”.
Segundo o Comando Metropolitano de Lisboa, continuam em curso várias diligências, em coordenação com a Polícia Judiciária, visando a identificação e detenção de todos os autores das agressões.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já manifestou “tristeza e pesar” pela morte do agente da PSP Fábio Guerra.
“Ao tomar conhecimento do falecimento prematuro do agente Fábio Guerra, o Presidente da República manifestou a sua tristeza e pesar pela perda de uma vida em circunstâncias tão trágicas”, divulgou a Presidência da República no seu sítio oficial na Internet.
Na mesma nota, Marcelo Rebelo de Sousa sublinha que “o agente Fábio Guerra será recordado pela sua abnegação, coragem e dedicação ao serviço do próximo e da segurança pública”.
O Presidente da República endereça “as mais sentidas condolências à família do agente Fábio Guerra, bem como aos seus amigos e aos profissionais da PSP”, lê-se também na mensagem da Presidência da República.
Também a ministra da Administração Interna manifestou a sua consternação pela morte do PSP Fábio Guerra, tendo realçado a coragem do agente policial e reiterou que as autoridades tudo farão para "o rápido esclarecimento dos factos".
Em nota de pesar após ter sido divulgada a morte do agente Fábio Guerra, Francisca Van Dunem diz ter recebido com "profunda tristeza e consternação" a notícia do seu falecimento.
"Neste momento de grande dor, quero transmitir à família do agente Fábio Guerra, em meu nome e em representação do Ministério da Administração Interna e do Governo, o sentimento de solidariedade e de genuína condolência face à tragédia que se abateu sobre o seu ente querido", refere a nota.
Nas palavras da ministra, este é o momento de garantir a Fábio Guerra um "funeral digno da vontade de paz que evidenciou, da coragem que revelou e do exemplo que deu como cidadão e como agente da PSP".
A finalizar, Francisca Van Dunem reitera estar "segura de que as autoridades competentes tudo farão no sentido do rápido esclarecimento dos factos".
Num comunicado divulgado sábado, a PSP referia que o incidente ocorreu na madrugada de sábado, pelas 6h30, "no exterior de um estabelecimento de diversão noturna, na avenida 24 de Julho", tendo começado com agressões mútuas entre vários cidadãos.
Segundo relata a PSP, no local encontravam-se "quatro polícias, fora de serviço, que imediatamente intervieram, como era sua obrigação legal", acabando por ser agredidos "violentamente" por um dos grupos, formado por cerca de 10 pessoas.
Durante a ação policial, um dos polícias foi "empurrado e caiu ao chão, onde continuou a ser agredido com diversos pontapés, enquanto os restantes polícias continuavam também a defender-se das agressões", adianta. Três dos agentes envolvidos tiveram alta no sábado, mas um quarto ficou internado em estado crítico.
De acordo com a polícia, os agressores colocaram-se em fuga.
Mais tarde um comunicado da Marinha Portuguesa confirmou que “dois militares, do regime de contrato, da classe de fuzileiros, envolveram-se nos confrontos” ocorridos na Av. 24 de Julho. “A Marinha mandou os dois militares apresentarem-se na respetiva unidade, onde se encontram a responder a um inquérito interno e à disposição das autoridades policiais para as devidas investigações.” Estes militares, porém, “ainda não foram notificados por nenhuma entidade policial”, sublinhava a Marinha no mesmo texto.
Fábio Guerra, de 26 anos, era agente da PSP da esquadra 64 de Alfragide.