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​Gouveia e Melo com “vergonha” do envolvimento de fuzileiros no homicídio de agente da PSP

25 mar, 2022 - 12:19 • Filipa Ribeiro

O chefe do Estado-Maior da Armada vai aguardar por decisão da justiça para decidir o futuro dos dois fuzileiros suspeitos do homicídio do agente da PSP. Almirante Henrique Gouveia e Melo diz que é preciso “refletir” sobre o que aconteceu.

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O almirante Gouveia e Melo, chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), sente com “vergonha” pelo envolvimento de dois fuzileiros no caso do homicídio de agente da PSP Fábio Guerra.

Esta sexta-feira, à margem da cerimónia de despedida de um grupo da Marinha, que seguiu num submarino para uma missão no Mediterrâneo, o chefe de Estado-Maior da Armada disse que vai aguardar pelas conclusões da investigação, para decidir qual o futuro dos dois fuzileiros, que estão em prisão preventiva. “Estamos a aguardar pelo que a justiça vai dizer. Não devemos pressionar, nem quero assumir esse papel”, disse.

O almirante Henrique Gouveia e Melo lamentou a morte do agente da PSP Fábio Guerra, nos confrontos que envolveram os dois fuzileiros.

“Ninguém pode ficar contente depois de uma pessoa ter morrido selvaticamente”, disse o CEMA. Em declarações aos jornalistas, afirmou que estiveram “envolvidos, de forma muito lamentável e com vergonha nossa, dois militares da Marinha”.

O chefe de Estado-Maior da Armada confirmou ainda que enviou, ontem, uma mensagem vídeo a toda a Marinha para “traçar com linhas vermelhas qual é o comportamento ético” que espera dos militares da Marinha.

Já sobre a possibilidade de rever os critérios para a entrada nas Forças Armadas, o almirante Gouveia e Melo destacou que o que aconteceu no fim de semana “é mais um incidente que obriga a refletir e a rever tudo o que foi feito, para perceber como é que esta situação acontece dentro de uma força especial da Marinha”.

No contacto que fez com a família do agente da PSP, o chefe de Estado-Maior da Armada garantiu que vai fazer tudo para que estas situações não se repitam.

O almirante Henrique Gouveia e Melo esteve, esta manhã, na Base Naval de Lisboa para se despedir do grupo de 33 militares que vão no submarino Arpão participar em missões da NATO e da União Europeia durante dois meses.

“Parte da missão vai ser dedicada à operação Sea Guardian da NATO e mais tarde vai fazer parte da missão IRINI da EU”, explicou o Gouveia e Melo.

As duas operações têm por base o controlo da navegação no Mar Mediterrâneo. O chefe de Estado-Maior da Armada, não quis avançar com pormenores operacionais destacando que “tendo em conta a situação critica à volta da Ucrânia, as missões foram todas reconfiguradas”, afirmou.

O agente Fábio Guerra, de 26 anos, morreu na segunda-feira de manhã, no Hospital de São José, em Lisboa, devido às “graves lesões cerebrais” sofridas na sequência das agressões de que foi alvo no exterior da discoteca Mome.

De acordo com as informações da PSP, no local encontravam-se “quatro polícias, fora de serviço, que imediatamente intervieram, como era sua obrigação legal”, acabando por ser agredidos violentamente por um dos grupos, formado por cerca de 10 pessoas. Os outros três agentes agredidos tiveram alta hospitalar no domingo.

Os dois fuzileiros suspeitos do homicídio do agente da PSP Fábio Guerra, na madrugada de sábado, ficaram em prisão preventiva, decidiu na quarta-feira o juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC).

Cláudio Coimbra, 22 anos, e Vadym Hrynko, 21, foram sujeitos à medida de coação mais gravosa e vão permanecer detidos no estabelecimento prisional de Tomar, face à sua “qualidade de militares no ativo”.

O juiz Carlos Alexandre justificou a prisão preventiva com o perigo de perturbação do inquérito e da ordem pública e também com o perigo de continuação da atividade criminosa.

Um dos suspeitos de envolvimento na morte do agente da PSP Fábio Guerra está a ser procurado pelas autoridades de Espanha.

A Polícia Nacional Espanhola divulgou na quinta-feira um alerta a pedir informações sobre o paradeiro de Clóvis Duval Abreu, de 24 anos.

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  • Mário João Castro
    11 abr, 2022 S. Mamede de Infesta 08:10
    Nasci em 1961 e nesse ano "nascia" a Escola de Fuzileiros para me formar em 1982 num curso de exigente entrega, física e mental mas que me preparou de uma forma perfeita para os desafios diários de um mundo considerado aldeia global que hoje entendo mais como manicómio global e onde a saúde mental tem uma força preponderante de interação social. Com uma pequena diferença em relação aos dias de hoje. Cumpri SMO, Serviço Militar Obrigatório, onde os testes psicotécnicos que efetuei me indicavam para Comando de Marinha caso quisesse ir fazer testes e fosse aprovado nos ditos na Escola de Fuzileiros em Novembro de 1981.Aceitei o desafio e que bem me preparou para ser o Pai e Avô que hoje em dia sou. O que quero dizer é que hoje não existindo o SMO, há o risco de aceitar nas fileiras alguém que mesmo tendo limpa a sua folha criminal pode ter históricos policiais ou outros que não são facilmente detetaveis no imediato.Assim existe rsico de infiltração de elementos que podem ter muito boa preparação física por razões até de enquadramento de grupo social onde estejam inseridos e estes fenómenos são mais facilmente analisados numa vertente de SMO onde cada caso de entrada para forças especiais é considerado de forma mais ampla e incisiva porque o potencial numero de candidatos é muito mais alargado, não se correndo o risco de ter de incorporar os poucos disponíveis para tamanho nível de exigência que por vezes trazem hábitos sociais e comportamentais de risco ou pelo menos, duvidosos.

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