26 mar, 2022 - 09:25 • João Cunha
O presidente do Governo Regional dos Açores assegura à Renascença que apesar da frequência da crise sísmica não ter diminuído, há uma redução da magnitude dos sismos que se têm feito sentir.
“Houve uma estabilização. Isto é, não diminuiu a frequência da crise sísmica. No entanto, há uma redução da libertação de energia e a própria magnitude dos sismos é menor. Mas a sua frequência continua intensa, e é uma situação anormal e por isso, estamos prevenidos para todas as situações”, disse José Manuel Boleiro.
Uma prevenção que está a decorrer com a máxima proficiência, com reforço de meios nas últimas horas na área da saúde, com mais quatro médicos, cinco enfermeiros e um psicólogo.
Um reforço que visa assegurar transitoriamente que o centro de saúde da Calheta, fora da zona de risco, funcione 24 horas por dia, sem interrupção.
Os preparativos em curso por parte das autoridades – que preveem, em último caso, a evacuação de toda a ilha - não são mais do que preventivos.
“Para já, a situação não é mesma que estamos a preparar para uma necessidade de evacuação oficializada e determinada pela Proteção Civil regional”, explicou José Bolieiro.
Apesar de não existir nenhuma declaração de evacuação do concelho das Velas, exceção feita à retirada de pessoas de mobilidade reduzida e dos habitantes das fajãs, a localidade está quase deserta.
Cerca de 1.700 decidiram abandonar São Jorge, deslocando-se para outras ilhas do arquipélago onde têm ou outra habitação ou familiares. E perto de 8.000 decidiram, por iniciativa própria, mudar-se para o concelho vizinho da Calheta, onde ontem, ao final da tarde, havia população a transportar colchões e mantas pela rua, para preparar mais uma noite fora de casa.
O nível de alerta vulcânico de V4 é o mais alto possível para a atual situação, porque só em caso de erupção o nível V5 é acionado.