01 abr, 2022 - 12:25 • Cristina Nascimento
A Polícia Judiciária deteve dois homens e duas mulheres suspeitos de 20 crimes de falsificação ou contrafação, dez de burla e dois de falsidade informática.
Em causa um esquema que terá resultado num proveito de, pelo menos, 350 mil euros.
“A investigação já apurou que os autores utilizaram, pelo menos, sete identidades distintas, em uso das quais procederam, primeiramente, à abertura de contas bancárias, que depois provisionaram com os valores dos contratos de mútuo e de cartão de crédito que celebraram, ou com os valores pelos quais venderam os imóveis, valores que, até ao momento, totalizam já, no seu conjunto, mais de 350.000”, lê-se na nota da PJ.
A mesma nota refere que o inquérito começou em 2021, quando uma mulher apresentou queixa depois de ter percebido que a sua casa foi vendida por alguém que se tinha feito passar por ela e pelo seu marido. “Além disso, começou a ser notificada por instituições de crédito e sociedades financeiras para pagar empréstimos que não tinha contraído e relativamente aos quais as mensalidades se encontravam em atraso”, acrescenta.
A investigação permitiu concluir que o principal suspeito “determinava os outros três, a requererem créditos junto de Instituições de Crédito ou em Sociedades Financeiras, em uso de identidades falsas”.
A PJ concluiu ainda que para conseguir que os créditos fossem aprovados, o principal suspeito “fabricava comprovativos de morada, comprovativos de rendimentos ou de remunerações, e encomendava, na darknet, documentos de identidade estrangeiros com os dados biográficos das vítimas, mandando por neles as fotografias dos outros três”.
Para evitar que as vítimas descobrissem os contratos de crédito que estavam a ser celebrados em nome delas, “os suspeitos tinham o especial cuidado de indicar moradas por si controladas”.
Os detidos têm idades entre os 44 e os 51 anos.