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Sindicato diz que faltam médicos na urgência interna do hospital de Vila Franca de Xira

06 abr, 2022 - 18:06 • Lusa

Jorge Roque da Cunha alertou para o facto de estar em causa a prestação de cuidados de saúde aos cerca de 150 utentes internados nos serviços de medicina interna, unidade de AVC (Acidente Vascular Cerebral) e unidade de Pneumologia.

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O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) alertou esta quarta-feira para a falta de clínicos no serviço de urgência interna do Hospital de Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa, uma situação negada pela administração hospitalar.

Em declarações à Lusa, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, afirmou que nos últimos meses tem-se assistido "a uma progressiva degradação da capacidade do Hospital de Vila Franca de Xira de responder às necessidades dos utentes".

"Há meses que as equipas dos serviços de urgência, para além de desfalcadas, têm cada vez mais prestadores de serviços, muitos deles sem especialidade de medicina interna. Apesar das nossas chamadas de atenção e apelos, a situação tem-se agravado. A indicação que tivemos é que os médicos que fazem urgência interna passem a também a ter responsabilidade na urgência externa", referiu.

Jorge Roque da Cunha alertou para o facto de estar em causa a prestação de cuidados de saúde aos cerca de 150 utentes internados nos serviços de medicina interna, unidade de AVC (Acidente Vascular Cerebral) e unidade de Pneumologia.

"Não é possível ter um conselho de administração que pense que existe o poder de omnipresença. Um médico não pode estar a fazer duas tarefas ao mesmo tempo. Alertamos os nossos associados para que não embarquem numa situação dessas", apontou.

O secretário-geral do SIM sublinhou que a administração do Hospital de Vila Franca de Xira já foi alertada para a situação, mas "até agora não deu qualquer resposta".

"Apelamos a que essa medida seja revertida. É essencial que aquele hospital responda à urgência externa e também garanta às pessoas que estão internadas o devido acompanhamento. Não é admissível que se desproteja", salientou.

Contactada pela Lusa, fonte da administração do Hospital de Vila Franca de Xira negou as acusações feitas pelo SIM, garantindo que continua a existir uma escala de serviço de urgência interna, "assegurada por médicos especialistas do serviço de medicina interna".

"Pontualmente, e face ao grande afluxo de doentes que recorrem ao Serviço de Urgência, pode a equipa médica deste serviço ser reforçada com o contributo do médico que está escalado para a urgência interna. Este procedimento verifica-se há vários anos neste hospital, tendo no passado mês de março ocorrido por quatro vezes, em quatro turnos noturnos", esclareceu a administração, acrescentando que, durante o mês de abril, essa situação ainda não se verificou.

O Hospital de Vila Franca de Xira serve cerca de 250 mil habitantes dos concelhos de Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Benavente e Vila Franca de Xira.

No final de abril de 2021, o Governo aprovou um decreto-lei que contemplava a passagem do hospital para o modelo de entidade pública empresarial.

O equipamento, inaugurado em março de 2013, foi gerido até maio de 2021 em regime de parceria público privada pelo grupo Mello Saúde.

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