28 abr, 2022 - 17:09 • Teresa Paula Costa
Um grupo de 23 médicos do Centro Hospitalar do Oeste diz que o serviço de urgências do Hospital das Caldas da Rainha está em “rutura completa”.
Há uma semana tornou público um manifesto no qual os chefes de equipa apresentaram a sua demissão da chefia, por não estarem reunidos os mínimos exigidos em termos de recursos humanos.
Na sequência, sabe a Renascença, o Conselho de Administração do Centro Hospitalar reforçou as escalas.
Joana Louro, uma das médicas que assinaram o manifesto, revelou à Renascença que “a escala está mais composta à custa de médicos tarefeiros contratualizados”. Uma solução menor, pois “os médicos do quadro continuam a ser os mesmos”, lamentou a internista.
O recurso a médicos tarefeiros não é de agora, esclarece a presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Oeste.
Defendendo “a preocupação de preencher a escala o mais possível, cumprindo o que está disponível”, Elsa Baião assumiu que “vamos continuar a tentar contratar profissionais em regime de contrato de trabalho e não em prestação de serviços”.
A questão é que, quando os concursos são abertos, poucos se candidatam ao Centro Hospitalar do Oeste.
Os médicos internistas dizem que vão aguardar para ver a escala de maio e de junho.
Joana Louro afirmou que é preciso “saber como é que as escalas se vão manter nos próximos meses de maio e junho, porque o que já começa a acontecer é voltarem a pedir-nos mais turnos para ‘tapar os buracos’”.
Relativamente à escala de maio, a administração do hospital garante que ela segue os mesmos critérios desta reorganização, pelo que cumpre os requisitos mínimos exigidos pelos médicos internistas.
Entretanto, esta quinta-feira de manhã, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses concentrou-se junto à porta do Hospital das Caldas em protesto contra o alegado anunciado despedimento de seis enfermeiros.
Ivo Gomes exige que “estes colegas não saiam do Serviço Nacional de Saúde, que, no mínimo, os seus contratos sejam renovados” e que “estes contratos tenham vínculo definitivo”, até porque “se neste momento são seis contratos em jogo, mas podem chegar a 15”.
O enfermeiro diz não compreender como é que podem sair profissionais, quando a unidade de saúde não está a conseguir dar resposta à afluência de utentes e revelou que o Ministério da Saúde já conhece a situação.