10 mai, 2022 - 17:17 • Pedro Mesquita
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Os números da Covid-19 voltaram a disparar, em Portugal. Há agora 40 vezes mais casos do que no mesmo período do ano passado e de 2020.
Óscar Felgueiras, o matemático que integrou o grupo de especialistas que apoia o Governo na tomada de decisões nesta pandemia, sublinha à Renascença que só nas últimas 24 horas foram registadas mais de 20 mil novas infeções, o número mais elevado desde 10 de fevereiro.
“Foi agora divulgado que na segunda-feira houve 20.482 novos casos e se olharmos para a média dos últimos 14 dias estamos a falar em 14.267. São valores que comparados com períodos homólogos do ano passado e de há dois anos são 40 vezes superiores.”
Óscar Felgueiras não tem dúvidas de que estes números resultam do alívio das medidas restritivas, combinado com a variante Omicron - mais transmissível - , e considera que faria sentido regressar à testagem gratuita.
O Hospital de São João registou, na segunda-feira,(...)
Quanto ao uso de máscara em espaços fechados, deveria ser recomendado no contacto com as pessoas mais vulneráveis e mais idosas.
“Eu diria que talvez não a obrigatoriedade de uso de máscara em espaços fechados, mas certamente recomendar usar em certas situações, especialmente em contacto com pessoas mais vulneráveis. Relativamente aos testes gratuitos, penso que deveria voltar a haver porque temos uma afluência muito grande em resultado disso aos serviços hospitalares”, sublinha.
Na segunda-feira, o Hospital de São João, no Porto, atingiu um novo máximo de afluência ao serviço de urgências, devido à Covid-19 e a problemas respiratórios.
Nestas declarações à Renascença, Óscar Felgueiras refere que o “nível de internamentos em cuidados intensivos está semelhante ou até inferior ao registado quando havia 40 vezes menos casos”. “Ao nível dos internamentos hospitalares a situação está controlada”, sublinha.
Em relação ao número de mortos por Covid-19, o matemático refere que a situação está pior em relação ao mesmo período de 2021.
“A mortalidade está superior. Relativamente ao ano passado está quase nove vezes mais. Relativamente a 2020 estamos num patamar semelhante, teremos mais 25% ou algo do género”, adianta.
Óscar Felgueiras defende que o foco deve ser centrado na proteção dos mais idosos, porque "cerca três quartos dos óbitos estão a ocorrer em maiores de 80 anos, metade deles em pessoas com mais de 86 anos".