10 mai, 2022 - 07:39 • Isabel Pacheco , Olímpia Mairos
Para resolver os problemas nos serviços de urgência, o Governo diz-se disponível para reforçar o número de profissionais e criar incentivos para fixar médicos no serviço público. A valorização da carreira dos profissionais é uma das uma das medidas propostas para alcançar o objetivo.
Segundo o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, “é muito importante as medidas que se tenham ao nível da revalorização das carreiras, ao nível dos incentivos para fixar estes profissionais, mas não só”.
“Os profissionais de saúde não olham só para o aspeto remuneratório, só para o aspeto da carreira, precisam também daquilo que é necessário e que queremos implementar. São projetos de carreira ao nível da investigação, ao nível da inovação e, portanto, será da integração de todos estes fatores que com certeza conseguiremos reter mais profissionais de saúde, quer ao nível dos cuidados primários, quer ao nível dos cuidados mais diferenciados”, aponta Lacerda Sales em declarações à Renascença, horas antes da equipa do Ministério da Saúde ser ouvida no Parlamento no âmbito da apreciação, na especialidade, do Orçamento do Estado para este ano.
O secretário de Estado garante também ser intenção do Governo aumentar o número de profissionais no SNS. “É óbvio e estaremos, com certeza, disponíveis para o fazer em função daquilo que serão as necessidades.”
Explica que “este é um mecanismo indutor de procura quando se oferecem bons serviços de saúde. Também é sinal que os serviços vão melhorando e, portanto, existe necessidade de cada vez ter também mais profissionais”.
Ainda assim, Lacerda Sales lembra que “houve, de facto, este esforço por parte do Governo - 15.000 profissionais nestes dois anos de pandemia, dos quais cerca de 5.000 profissionais enfermeiros, cerca de 1.500 médicos especialistas. Isto para não lhe relembrar os mais de 32.000 profissionais que já temos desde 2015”.
“Mas reconheço que será sempre necessário melhorar e será essa a disposição do Governo”, garante.
O problema é mais grave na região de Lisboa e Vale(...)
O secretário de Estado mostra-se ainda convicto que o acesso de todos à saúde vai ficar mais facilitado com o fim das taxas moderadoras.
“São dispensadas todas as taxas moderadoras, exceto quando as pessoas recorrem por sua iniciativa aos serviços de urgência e não ficam internadas porque ainda assim, quando ficam internadas estão isentas de taxas moderadoras. Portanto, diria que é uma quebra à barreira do acesso, dando maiores facilidades principalmente aos cidadãos que têm maiores dificuldades económicas”, detalha.
Medida deverá avançar em junho.