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Covid-19. Especialistas defendem regresso de testes e comunicação diária de casos para combater sexta vaga

11 mai, 2022 - 10:05 • Filipa Ribeiro , Marta Grosso

Um relatório do Instituto Superior Técnico indica que está a desenhar-se em Portugal, e de forma intensa, uma sexta vaga da pandemia. Segundo o documento, a mortalidade com Covid-19 deverá aumentar “ligeiramente”, até porque "a imunização das vacinas vai perdendo validade".

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Portugal é, nesta altura, o país da Europa com maior número de casos por milhão de habitantes. Segundo os últimos números da DGS, o país voltou a ter mais de 20 mil casos por dia. O ex-ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes defende o regresso dos testes gratuitos à Covid-19 e levanta a hipótese de se voltarem a implementar algumas restrições.

“A única coisa que talvez seja adequada – e eu creio que o Governo já deu abertura em relação a isso – é reponderar a gratuitidade dos testes e talvez sensibilizar” para usar a máscara em espaços fechados. “Como uma recomendação”, reforça, em declarações à Renascença.

Portugal já está a entrar na sexta vaga da pandemia, segundo um relatório do Instituto Superior Técnico divulgado nesta quarta-feira de manhã, segundo o qual o fim da obrigatoriedade do uso de máscara será a principal causa para o aumento de casos de Covid-19.

Henrique Oliveira, um dos autores do documento, diz à Renascença que o grupo de trabalho defendia “retirar a máscara em contexto escolar”, mas não considera aconselhável fazer o mesmo “em contexto profissional ou em concertos em ambiente fechado”, pois “vai provocar um aumento muito significativo dos contágios”.

O mesmo especialista indica ainda que a mortalidade por Covid-19 vai aumentar um pouco, “porque quando o número de casos aumentar vamos ter mais óbitos e, sobretudo, também porque a mortalidade está a subir”.

“Ou seja, o número de pessoas que morrem devido à doença começa a subir ligeiramente, também porque a imunização produzida pelas vacinas e pela memória imunitária do nosso organismo vai-se perdendo com o tempo e as pessoas mais vulneráveis têm mais probabilidade de morrer quando apanham a doença”, explica ainda.

Ainda na opinião de Henrique Oliveira, a Direção-Geral da Saúde (DGS) deve voltar a comunicar os dados relativos à pandemia numa base diária, para que a população se mantenha informada e para permitir melhores previsões.

“À sexta-feira, sabemos quais eram os internamentos que havia na última segunda-feira. Ficamos às escuras durante o resto da semana. Isto não permite fazer previsões, nomeadamente, da mortalidade, porque quando nós sabemos o número de pessoas que estão em cuidados intensivos conseguimos fazer também uma estimativa mais rigorosa da mortalidade que vamos ter para a frente e é importante também para avisar as pessoas que trabalham em cuidados intensivos e os hospitais que têm de preparar mais camas”, sustenta.

Os números da Covid-19 voltaram a disparar ehá agora 40 vezes mais casos do que no mesmo período do ano passado e de 2020. Óscar Felgueiras, o matemático que integrou o grupo de especialistas que apoia o Governo na tomada de decisões nesta pandemia, diz que que só nas últimas 24 horas foram registadas mais de 20 mil novas infeções, o número mais elevado desde 10 de fevereiro.


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