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Greve de 24 horas. Trabalhadores da CP em protesto por aumentos salariais

16 mai, 2022 - 06:15 • Redação com Lusa

Até às 8h00 desta segunda-feira, dos 252 comboios programados 235 não circularam. Ou seja, 93% foram suprimidos. A CP garante apenas a realização de 25% das viagens de comboios de longo curso ao longo do dia.

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Os trabalhadores da CP - Comboios de Portugal estão em greve para reivindicar aumentos salariais de 90 euros. A maioria dos comboios não deve circular uma vez que não há serviços mínimos garantidos para o caso dos urbanos e inter-regionais. A CP garante apenas a realização de 25% das viagens de comboios de longo curso.

A decisão foi tomada no final de abril, em plenários descentralizados de trabalhadores que se realizaram no Porto, no Entroncamento e em Lisboa e foram promovidos pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF), da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).

A greve decorre entre as 00h00 e as 24h00, mas abrange também os trabalhadores que iniciaram o seu período de trabalho no domingo ou que iniciem o seu período de trabalho nas últimas horas de hoje e terminem na terça-feira.

José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), diz que não havia outra solução para além da paralisação, face à ausência de respostas por parte da tutela e da empresa para responder às reivindicações dos trabalhadores.

O sindicalista espera fortes constrangimentos na circulação. "A expetativa que temos e, por aquilo que vamos verificando, é que vai haver uma forte perturbação na circulação ferroviária, em todo o país. Esse deve ser o cenário com que os utentes vão ser confrontados, pelo fato de não ter havido qualquer empenho, por parte da administração e do Governo, para se negociar qualquer saída", avança em declarações à Renascença.

A Fectrans e o seu sindicato, filiados na CGTP, reivindicam um aumento mínimo de 90 euros para todos os trabalhadores da CP, a quem foi aplicada uma atualização de 0,9%, tal como foi imposto a todo o Setor Empresarial do Estado e Administração Pública.

"Se queremos a modernização do caminho-de-ferro, é preciso também apostar nos trabalhadores ferroviários", defendeu José Manuel Oliveira.

Na resolução aprovada nos plenários, os trabalhadores exigem a continuação das negociações da revisão do Acordo de Empresa e do Regulamento de Carreiras, "que valorize os salários de modo a fazer face ao brutal aumento do custo de vida, valorize as profissões e proceda à integração dos trabalhadores da ex-EMEF sem perda de direitos e redução de remunerações".

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