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Greve na CP. Suprimidos 93% dos comboios até ao meio-dia

16 mai, 2022 - 14:06 • Lusa

A decisão de avançar para a greve foi tomada no final de abril. Na origem da paralisação está, entre outras matérias, a exigência de aumentos salariais.

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A CP suprimiu 93% dos comboios programados entre as 00h00 e as 12h00 desta segunda-feira, devido à greve de 24 horas dos trabalhadores para reivindicar aumentos salariais de 90 euros, segundo fonte oficial da empresa.

De acordo com o balanço feito pela CP - Comboios de Portugal à Lusa, entre as 00h00 e as 12h00 de hoje registaram-se 520 supressões, cerca de 93% dos comboios programados, que seriam 558.

Já José Manuel Oliveira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), disse à Lusa que, cerca das 08h40, a greve registava uma adesão a rondar os 95%, mantendo-se nos mesmos valores até cerca das 12h30.

O dirigente da Fectrans acrescentou que ao longo da manhã registou-se também uma "grande adesão dos trabalhadores das oficinas" da CP, de cerca de 90% por todo o país.

A greve desta segunda-feira abrangeu também os trabalhadores que iniciaram o seu período de trabalho no domingo ou que iniciem o seu período de trabalho nas últimas horas deste dia e terminem na terça-feira.

"Ontem [domingo] entre as 00h00 e as 24 horas foram suprimidos 191 comboios a nível nacional, cerca de 24% do total de circulações previstas", adiantou ainda a fonte da CP, às 07h00.

O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), sindicato que na CP representa a maioria dos trabalhadores do serviço comercial e transporte (revisores, trabalhadores das bilheteiras e as suas chefias diretas) adiantou, em comunicado, que até às 20h00 de domingo tinham sido suprimidos 200 comboios.

A decisão de avançar para a greve foi tomada no final de abril, em plenários descentralizados de trabalhadores que se realizaram no Porto, no Entroncamento e em Lisboa e foram promovidos pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF), da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).

O coordenador da Fectrans, José Manuel Oliveira, disse à agência Lusa na sexta-feira que a decisão dos trabalhadores é "um protesto contra a intransigência do Governo e da CP, o arrastamento das negociações e os salários baixos".

"O principal motivo desta greve são os aumentos salariais, embora estejam também em causa outras matérias, como a aplicação do Acordo de Empresa da CP aos trabalhadores da antiga EMEF, para acabar com as desigualdades", disse o sindicalista.

A Fectrans e o seu sindicato, filiados na CGTP, reivindicam um aumento mínimo de 90 euros para todos os trabalhadores da CP, a quem foi aplicada uma atualização de 0,9%, tal como foi imposto a todo o Setor Empresarial do Estado e Administração Pública.

Na resolução aprovada nos plenários, os trabalhadores exigem a continuação das negociações da revisão do Acordo de Empresa e do Regulamento de Carreiras, "que valorize os salários de modo a fazer face ao brutal aumento do custo de vida, valorize as profissões e proceda à integração dos trabalhadores da ex-EMEF sem perda de direitos e redução de remunerações".

Para os trabalhadores, "a proposta de aumento salarial de 0,9% significa, na prática, mais um ano sem aumento dos salários, com a agravante de acontecer num ano em que o custo de vida aumenta de forma galopante".

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