19 mai, 2022 - 18:56 • Diogo Camilo
O número de casos de Covid-19 sofreu um aumento de quase 200 mil desde o início da pandemia, porque a Direção-Geral da Saúde (DGS) passou a incluir dados das reinfeções nos relatórios de monitorização.
Em comunicado divulgado esta quinta-feira, a autoridade sanitária refere que "a inclusão das reinfeções irá abranger as análises feitas depois do dia 18 de maio de 2022. De acordo com os dados disponíveis, 4,65% das notificações entre 1 de junho de 2020 e 10 de maio de 2022 são relativas a casos de reinfeção, valores semelhantes aos registados a nível internacional".
"Os dados relativos a reinfeções, 194 244 no total, têm vindo a ser monitorizados regularmente, não tendo originado alterações na interpretação dos padrões relativos à situação epidemiológica até ao momento", indica a Direção-Geral da Saúde.
A DGS esclarece ainda que "a prevalência de casos de reinfeção é mais elevada no período em que a variante Ómicron é mais frequente, com uma proporção de 6,10%, superando a proporção de cerca de 2% no período em que as variantes Delta e Alfa eram mais frequentes, e de apenas 0,35% no período da variante original identificada em Wuhan".
"A alteração agora comunicada traduz uma evolução na metodologia de reporte de dados utilizada até aqui, na qual só eram consideradas as primeiras infeções de cada indivíduo. No entanto, é de salientar que o seguimento clínico destes casos esteve sempre assegurado através da plataforma TRACE COVID-19, que alertava para novos resultados positivos de testes laboratoriais a SARS-CoV-2, independentemente do período entre os mesmos. De igual forma, fica salvaguardada a inclusão de uma pessoa recuperada de COVID-19 que desenvolva sintomas sugestivos de Covid-19 nos 180 dias subsequentes ao fim do isolamento, e que deve ser testada", conclui a Autoridade Sanitária.
Na sua informação divulgado esta quinta-feira, a DGS dá conta de que foram registados quase 32 mil novos casos no último dia.
A incidência da pandemia subiu para 1.819 casos por 100 mil habitantes nos últimos sete dias, o valor mais elevado em todo o mundo entre países com população superior a um milhão de pessoas.
Nas 24 horas anteriores foram registadas 30 vítimas mortais da pandemia, a segunda vez que é ultrapassada a fasquia das três dezenas de óbitos num dia na última semana. Portugal regista a terceira mais elevada mortalidade da pandemia, com 19,2 mortes por milhão de habitantes em sete dias.
Em nota na informação publicada esta quinta-feira, a DGS explica que, anteriormente, apenas era considerada a primeira infeção associada a cada pessoa no sistema SINAVE, que correspondia na maioria dos casos ao número de utente.
Com as suspeitas de reinfeção nos números, o total de casos que estava nos 4,2 milhões passa agora para 4,4 milhões desde o início da pandemia e inclui “todos os episódios de infeção, quer constituam uma primeira infeção ou uma suspeita de reinfeção”.
[notícia atualizada às 20h31]