23 mai, 2022 - 16:21 • Diogo Camilo
Portugal tornou-se esta segunda-feira o primeiro país a identificar a sequência genética do vírus que provoca a "varíola dos macacos", doença que já tem 37 casos confirmados no país desde a semana passada.
A descoberta foi feita por uma equipa de investigadores do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e poderá ser fundamental para compreender a origem do surto e as causas para a rápida disseminação da doença, que se encontra em circulação em países como Portugal, Reino Unido, Espanha, Suécia, Bélgica e Estados Unidos da América.
"Alguns dias após a confirmação dos primeiros casos de infeção humana por vírus Monkeypox em Portugal, especialistas do Núcleo de Genómica e Bioinformática do INSA identificaram a sequência genética deste vírus e partilharam-na com a comunidade científica internacional, o que poderá contribuir para uma mais rápida e efetiva compreensão deste fenómeno", refere o instituto em comunicado.
Para o responsável do Núcleo de Genómica e Bioinformática do Departamento de Doenças Infeciosas do INSA, João Paulo Gomes, “a rápida identificação da sequência genética do vírus em circulação, e a sua imediata divulgação à comunidade científica, constitui um primeiro passo de colaboração internacional para a caracterização deste surto”, acrescentando que a comparação dos vírus nos vários países onde a doença foi identificada "poderá ser fundamental para a compreensão da origem do surto".
A Organização Mundial da Saúde prevê que os casos de varíola dos macacos, uma doença que foi detetada nos últimos dez dias em 12 países, continuem a aparecer. O foco e rota de contágio ainda não foram estabelecidos.
Na vizinha Espanha, as autoridades sanitárias da região de Madrid confirmaram mais quatro casos esta segunda-feira, elevando o total para 34. Há mais 38 casos suspeitos de varíola dos macacos, em Madrid.
A varíola dos macacos, que ocorre principalmente na África Ocidental e central, é uma infecção viral que foi registada pela primeira vez na República Democrática do Congo, nos anos 70. Os sintomas incluem febre, dores de cabeça e erupções cutâneas que começam no rosto e se espalham para o resto do corpo.