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Relatório da UNICEF. Crianças portuguesas não vivem em casas saudáveis

24 mai, 2022 - 07:09 • Lusa

Uma em cada cinco crianças portuguesas é exposta a humidade e bolor em casa, enquanto uma em cada dez famílias pobres com crianças viviam em habitações com pouca iluminação natural. O ambiente saudável vivido em países como a Finlândia, Islândia e Noruega.

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As crianças portuguesas não vivem em ambientes saudáveis, sobretudo, devido a problemas com a habitação, segundo um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

O documento, elaborado pelo Centro de Pesquisa Innocenti da UNICEF, coloca Portugal no terceiro lugar, entre 39 países, no que toca ao desempenho geral em termos de indicadores ambientais.

No entanto, Portugal cai para a 25.ª posição no que toca às condições ambientais para as crianças em particular, nomeadamente a poluição do ar e da água e a presença de chumbo no sangue.

O relatório sublinha que cerca de 8% das crianças portuguesas vivem em habitações com problemas graves.

Cerca de 35% das famílias pobres com crianças tinham dificuldade em manter as casas aquecidas em Portugal, enquanto 25% das famílias são afetadas pelo ruído e poluição sonora.

Uma em cada cinco crianças portuguesas é exposta a humidade e bolor em casa, enquanto uma em cada dez famílias pobres com crianças viviam em habitações com pouca iluminação natural.

O centro analisou 39 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e da União Europeia (UE) de acordo com diferentes critérios, incluindo pesticidas, geração de resíduos, humidade doméstica e acesso à luz natural.

O relatório lamenta que mesmo muitos países ricos não consigam oferecer um ambiente saudável aos seus próprios jovens, sublinhando que mais de 20 milhões de crianças têm níveis elevados de chumbo no sangue.

"Não só a maioria dos países ricos não consegue proporcionar aos seus próprios filhos um ambiente de vida saudável, mas, pior ainda, contribui para a destruição de outras crianças, em outras partes do mundo", denunciou num comunicado à imprensa Gunilla Olsson, diretora do Centro Innocenti.

O relatório refere que o ambiente saudável vivido em países como a Finlândia, Islândia e Noruega só é possível através de sistemas com um enorme impacto no planeta em termos de consumo, emissão de gases de carbono e produção de lixo eletrónico.

Mesmo em Portugal, o consumo médio da população exigiria que o planeta Terra tivesse 2,8 vezes os recursos naturais atuais. O valor atinge oito vezes no caso do Luxemburgo.

Os mais jovens estão conscientes da insustentabilidade, com 30% dos portugueses entre os 16 e os 25 "extremamente preocupados" com as mudanças climáticas, um valor que o Centro Innocenti atribui ao aumento dos fogos florestais em Portugal.

Mais de metade dos jovens portugueses sente-se "traído" pelo Governo no que toca à crise climática e cerca de um terço pondera não ter filhos "devido às mudanças climáticas".

Comentários
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  • Anonimo
    24 mai, 2022 Portugal 18:23
    Por favor, não publiquem o meu anterior comentário (há minutos). Não foi correctamente redigido, e não foi fiem á ideia que queria transmitir de distorção do mercado imobiliário, e suas consequências nas famílias portuguesas, que vivem com salários mdios da economia nacional.
  • Anonimo
    24 mai, 2022 Portugal 17:40
    A habitação é um problema colossal em Portugal. E está intimamente ligado à demografia. À capacidade das famílias terem mais filhos. Que casas podem os portugueses pagar? Entretanto o mercado da habitação é o que é. Escandaloso. Casas para turistas e estrangeiros pagarem, que quem cá nasceu não pode cá viver. E quem devia governar o país o que faz? ...
  • João Oliveira
    24 mai, 2022 Edimburgo 13:33
    Este é um problema que vai levar gerações a resolver, principalmente com a crise da habitação atual a levar famílias mais pobres para casas com menos condições., e a deixar as novas construções para quem tem melhores bolsas ou vive no interior. Também há muitas construções feitas ou restauradas com pouca qualidade , onde corta-se em custos o máximo que se puder. Em resumo, vamos continuar a ter casas frias , com humidade e pouca iluminação por bastante tempo. O preço prevalece sobre a qualidade.

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