24 mai, 2022 - 12:33 • Liliana Monteiro
O vice-almirante António Coelho Cândido vice-almirante António Coelho Cândido deixou esta terça-feira um alerta para o facto de a Marinha necessitar de "prontidão material e humana".
“A inovação não é apenas tecnologia, uma Marinha tecnologicamente preparada requer prontidão material e humana para superar os desafios que o futuro trará. Num mundo onde a internet está presente no dia a dia de todos, torna-se vital prestar atenção à realidade, identificando ameaças e analisando riscos", disse o "número 2" da Armada, no arranque da 9.ª edição da AED Cluster Portugal (Cluster Português para as Indústrias de Aeronáutica, Espaço e Defesa), a decorrer no Taguspark.
António Coelho Cândido afirmou que “Portugal, no quadro da Aliança, e tendo em consideração a sua posição estratégica, precisa de monitorizar e controlar as suas áreas marítimas, prevendo vazios estratégicos que possam ser usados contra o interesse de país e dos aliados”.
Na sua intervenção lembro que para o país, o mar é uma matéria do plano nacional, uma herança histórica que está no ADN. “O mar é essencial para o comércio internacional, importações de bens essenciais e energia, fonte de exploração de recursos naturais e finalmente para manter segurança, liberdade de ação, importante para a unidade e coesão nacional”, disse.
A NATO identificou recentemente caminhos para promover novas áreas tecnológicas e estruturas de inovação e recordando isso o vice-chefe Estado Maior da Armada anunciou: “A Marinha manifesta o interesse de implementar uma zona livre de tecnologia na península de Tróia”.
A zona é reconhecida como sendo o mais largo espaço internacional de exercício e promoção de defesa e inovação, um espaço com capacidade multidisciplinar de atuação não só no âmbito da NATO, mas também da Agência Europeia de Defesa.
“Cobre uma área marítima de aproximadamente mil metros quadrados de costa na península de Tróia, inclui o desfiladeiro de setúbal com a zona de maior profundidade a apontar para os mil e quinhentos quilómetros”, descreveu, sublinhando ser um espaço bom para testes e experiências de várias tecnologias a usar no mar, incluindo as profundezas.