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"Trouxe a visão de cidade inteligente". Lisboetas lembram Gonçalo Ribeiro Telles

25 mai, 2022 - 12:01 • João Cunha , Diogo Camilo

No dia em que faria 100 anos, o arquiteto paisagista que idealizou os "corredores verdes" de Lisboa é lembrado com saudade pelos utentes do parque urbano com o seu nome.

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“É qualquer coisa de fantástico estarmos no meio da cidade e existir todo este espaço verde tão agradável.” A frase dita por uma lisboeta que caminhava na manhã desta quarta-feira pela zona de Praça de Espanha, em Lisboa, onde abriu em junho do ano passado o Parque Gonçalo Ribeiro Telles, em homenagem ao arquiteto paisagista que tanto deu à cidade.

No dia em que Ribeiro Telles faria 100 anos, os lisboetas e utentes do parque urbano não o esquecem e recordam o seu trabalho com saudade: “A cidade tem de estar muito grata ao arquiteto. Trouxe uma nova visão e trouxe a visão da cidade inteligente, no sentido de contar com as pessoas e ‘encaixar’ as pessoas na cidade”, oferecendo-lhes mais qualidade de vida.

Figura pioneira em Portugal, tendo idealizado os chamados "corredores verdes" de Lisboa e concebido os jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, em conjunto com o arquiteto António Viana Barreto, o arquiteto morreu a 11 de novembro, na sua casa, em Lisboa, aos 98 anos.

“Tinha grandes projetos para Lisboa, para tornar a cidade mais verde”, diz outra utente do parque, considerando que Ribeiro Telles foi “um bom exemplo para os arquitetos paisagistas do futuro”.

Dos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, aos jardins do Castelo de São Jorge, à Mata de Alvalade, ao Jardim Amália Rodrigues e ao corredor verde de Monsanto, a obra de Gonçalo Ribeiro Telles deixou marcas na capital e na arquitetura portuguesa.

O arquiteto licenciou-se em Engenharia Agrónoma e formou-se em Arquitetura Paisagista, no Instituto Superior de Agronomia, onde iniciou a vida profissional como assistente e discípulo de Francisco Caldeira Cabral.

Em 1971, ajudou a fundar o movimento Convergência Monárquica e, após o 25 de Abril, foi um dos fundadores do Partido Popular Monárquico, a cujo diretório presidiu e que, em 1979, fez parte da Aliança Democrática (AD), liderada por Francisco Sá Carneiro.

Ainda na política, fundou, em 1957, com Francisco Sousa Tavares, o Movimento dos Monárquicos Independentes e, depois, o Movimento dos Monárquicos Populares, apoiando, um ano mais tarde, a candidatura presidencial de Humberto Delgado.

Foi também ministro de Estado e da Qualidade de Vida, no VIII Governo Constitucional, de 1981 a 1983, durante os governos da AD.

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