07 jun, 2022 - 08:47 • João Cunha , Olímpia Mairos
Face à falta de informação sobre horários e carreiras, atrasos e supressões, bem como outras situações inexplicáveis, a Carris Metropolitana fez marcha-atrás. Assim, nos próximos 15 dias vai fazer os percursos que tinha antes da estreia da nova empresa, que começou a funcionar quarta-feira em cinco municípios do sul do tejo.
Foi a solução encontrada para resolver os problemas dos últimos dias e a medida parece já estar a surtir efeito.
O repórter da Renascença regressou, esta manhã, ao interface de Setúbal, junto à estação da CP, tendo verificado a inexistência de problemas. Todos os autocarros estão a sair da estação de recolha e estão a fazer os percursos previstos.
“Hoje foi diferente, mas ontem foi um atraso muito grande. Estive duas horas e tal à espera e não consegui ir no autocarro”, conta Etelvina Ramos.
Esta utente, que na segunda-feira teve que encontrar uma outra alternativa para fazer a viagem, refere que foi “um transtorno muito grande”, porque tendo passe foi obrigada a adquirir um bilhete para viajar num transporte alternativo.
“Os horários também estão um bocadinho atrapalhados”, diz.
Nos últimos dias, os atrasos e a escassez de autocarros em Setúbal e no Montijo motivaram fortes críticas por parte dos utentes.
Na segunda-feira, os motoristas interromperam mesmo o serviço em Setúbal, alegando não estarem reunidas as condições para cumprir o serviço.
Problemas que não se deverão repetir nos próximos tempos. Os autocarros vão retomar, nos próximos 15 dias, os percursos e horários anteriores, de molde a evitar os problemas que a Carris Metropolitana registou nos últimos dias, com autocarros parados, porque os motoristas desconheciam, inclusive, em muitos casos, os percursos a efetuar com muitos utentes sem forma de chegar aos destinos.
Autoridade Metropolitana de Lisboa diz à Renascenç(...)
Em declarações à Renascença, o diretor de operações da Alsa Todi (concessionário do serviço) admite a existência de várias falhas no serviço e diz que o objetivo será introduzir as alterações de forma mais gradual.
“A solução encontrada com os trabalhadores foi voltar aos horários que se praticavam antes do início da Carris Metropolitana”, diz o responsável, lembrando que “os percursos são muito semelhantes em muitas carreiras”.
O plano passa por introduzir aos poucos os novos percursos, “de acordo com a capacidade e o conhecimento dos trabalhadores e a capacidade da empresa de formar os trabalhadores e eles terem conhecimentos de novos percursos”, acrescenta o diretor Sérgio Adegas.
Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal são os cinco concelhos da Área 4 da Área Metropolitana de Lisboa em que começaram a funcionar a nova Carris Metropolitana. Já as restantes áreas (1, 2 e 3) entram em operação um mês mais tarde, em 1 de julho.
A entrada em funcionamento da Carris Metropolitana vai acabar com 902 tipologias de bilhetes, sendo criadas três novas.
A rede de serviço de autocarros, desenhada pela Área Metropolitana de Lisboa em conjunto com os 18 municípios, será composta por cerca de 820 linhas rodoviárias, que servirão aproximadamente 2,8 milhões de potenciais utilizadores, passando o serviço a pertencer à marca única e integradora Carris Metropolitana.
Os 18 municípios que integram a AML são Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.