09 jun, 2022 - 22:30 • Redação
Uma semana após o arranque da nova Carris Metropolitana, em cinco municípios da margem sul do Tejo, a Autoridade Metropolitana de Lisboa decidiu recuar e, durante os próximos 15 dias, estão operacionais apenas os percursos que já eram realizados.
Depois dos constrangimentos sentidos - os atrasos, a supressão de carreiras e a falta de informação de horários e de paragens - os autarcas do distrito de Setúbal acreditam ser possível manter o calendário previsto para o início da operação nas restantes três áreas metropolitanas. Mas será que a 1 de julho as falhas vão repetir-se nos restantes municípios?
À Renascença, o presidente da Câmara Municipal de Sesimbra (CMS) diz que os problemas sentidos na Área 4, e especificamente em Setúbal, já eram previsíveis.
“Sabíamos à partida, com toda a frontalidade, que poderíamos ter, não da dimensão daquilo que nos apercebemos, algumas necessidades de acerto”, afirma Francisco de Jesus.
O autarca acrescenta ainda que, a manter-se o calendário, as falhas podem persistir, mas não as esconde: “há questões de disponibilização da informação ao público que não estão ainda hoje totalmente resolvidas”, diz o presidente da Câmara de Sesimbra.
A falta de informação disponível aos passageiros é um problema. Francisco de Jesus considera que vai permanecer, pelo menos, até que todos os municípios integrem o novo serviço da Carris Metropolitana.
O autarca espera que no início do próximo mês, quando a Carris Metropolitana começar a operar nas outras áreas, a situação já esteja melhor.
“A nossa expectativa é que, a 1 de julho, mesmo existindo alguns pequenos constrangimentos, estamos todos a trabalhar no sentido de conseguirmos o máximo de informação a tempo e horas disponibilizada ao público em geral.”
Francisco de Jesus garante ainda que os 18 municípios estão unidos para, “rapidamente, resolver e regular os problemas iniciais”.
Também a presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, garante à Renascença estar preocupada e atenta à situação presente na Área 4.
Inês de Medeiros assinala a importância desta primeira fase de implementação da Carris Metropolitana, para aprender com “as dificuldades e para que corra o melhor possível no dia 1 de julho”.
A esperança dos autarcas é que os constrangimentos para os utentes dos transportes públicos não permaneçam no dia 1 de julho.
A presidente da Câmara de Almada adianta à Renascença que, para a próxima semana, vai haver “uma reunião com os TML [Transportes Metropolitanos de Lisboa], todos os presidentes das câmaras e com os operadores, para garantir que a operação está pronta o melhor possível no dia 1 de julho e que não se reproduza o que está a acontecer na Área 4”, salienta.
A falta de formação dos motoristas não será um problema em Almada como tem sido nos concelhos da Área 4, garante Inês de Medeiros. Operador do município é a TST, “que conhece bem o terreno, porque é uma empresa que opera naquela zona há muito tempo”, sublinha.
Embora saiba da existência de problemas ao nível do fornecimento de material, Inês de Medeiros demonstra confiança neste novo serviço da Carris Metropolitana.
“Estamos a falar de uma das maiores transformações em curso ao nível dos transportes públicos na Área Metropolitana de Lisboa”, o que justifica algumas das falhas presentes no processo de transição, conclui a presidente da Câmara de Almada.