10 jun, 2022 - 11:30 • Eduardo Soares da Silva
Jorge Miranda, o presidente da comissão organizadora das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, pede "mais e melhor civismo, mais e melhor democracia, mais e melhor patriotismo" para resolver os problemas da atualidade, e lamentou os "atropelos à língua portuguesa".
"Não é que nos faltem problemas em todas as áreas e que havemos de enfrentar com determinação cívica, através de respostas adequadas e que poderão, legitimamente, variar com a alternância e as alternativas democráticas. Portugalidade, mais e melhor civismo, mais e melhor democracia, mais e melhor patriotismo Portugalidade, mais e melhor civismo, mais e melhor democracia, mais e melhor patriotismo", apelou.
A discursar na sua cidade-natal, Jorge Miranda afirma que "Portugal não se reconduz ao território, nem se
circunscreve aos portugueses que nele habitam. Portugal vai
muito para além – porque Portugal é o conjunto, a comunidade
dos Portugueses onde quer que se encontrem".
"Onde está um português, aí está Portugal. E, por conseguinte, importa reforçar os laços que a todos nos unem, desde a revitalização cultural à solidariedade económica e à participação política", afirma.
Destaca os momentos de "júbilo" na história do país, desde a "revolta popular em Lisboa antecedente da eleição pelas Cortes de Coimbra de 1385 do Mestre de Avis", a "independência do Brasil sem derramamento de sangue" ou a "abolição da pena de morte em 1867".
No entanto, o professor catedrático diz que "não podemos esconder causas de desgosto e tristeza", como "a expulsão dos judeus, a Inquisição, a escravatura, o tratamento dado a muitas populações e, por último, o estatuto do indigenato".
Decisão tomada “aconselhamento médico”.
Jorge Miranda afirma que não conhece "nenhum outro país que eleve a celebração de um seu poeta a dia nacional". Camões "ergueu a língua portuguesa ao máximo esplendor".
Num discurso lírico, com a citação de vários versos e dos poemas de Camões, como "Verdade, Amor, Razão, Merecimento" e "De vós me parto, ó vida, e em tal mudança", Jorge Miranda afirma que a língua portuguesa é "um direito e também um dever".
Nesse sentido, o presidente da comissão organizadora "não pode deixar de reagir contra os atropelos" que a língua "vem sofrendo entre nós".
"Denominação de algumas escolas superiores também em inglês", "ensino em escolas superiores portuguesas por professores portugueses a alunos portugueses em inglês", "adulteração do programa Erasmus, programa de intercâmbio cultural de jovens universitários", são alguns dos atropelos nomeados por Jorge Miranda.
"Internacionalizar não pode equivaler a desnacionalizar", atira aquele que é conhecido como o "pai da Constituição".