10 jun, 2022 - 17:15 • Beatriz Lopes com Redação
O Ministério da Saúde recusa-se, por agora, a estabelecer qualquer paralelo entre a morte de um bebé no Centro Hospitalar do Oeste, nas Caldas da Rainha, e a falta de médicos de obstetrícia.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu inquérito aos factos. Em comunicado enviado à Renascença, o gabinete de Marta Temido salienta que, enquanto não houver resultados desse inquérito, que serão disponibilizados ao público, "não é possível estabelecer qualquer relação" entre a ausência de médicos e o incidente.
"O Ministério da Saúde tem conhecimento de que, por constrangimentos na escala de ginecologia obstetrícia, impossíveis de suprir, a urgência externa do Centro Hospitalar do Oeste estava desviada para outros pontos da rede do Serviço Nacional de Saúde. O Ministério da Saúde tem conhecimento de que, tendo em vista o apuramento de toda e qualquer responsabilidade, foi já instaurado um inquérito aos factos pela IGAS. Na pendência do inquérito, cujos resultados serão tornados públicos, não é possível estabelecer qualquer relação entre os dois factos", lê-se.
Uma mulher grávida perdeu o bebé alegadamente por falta de obstetras no Hospital das Caldas da Rainha, na noite de quarta-feira. Informação que foi avançada pela RTP e confirmada pela Renascença.
"São situações que se podem repetir noutros hospit(...)
O Ministério garante que "está a acompanhar o tema, em especial a evolução da situação clínica da utente que está internada no hospital, que se encontra estável e a quem será prestado apoio psicológico".
"O Ministério de Saúde lamenta profundamente a perda do bebé e o sofrimento da família", pode ler-se.
Em nota à Renascença, o Conselho de Administração do hospital, que admite abertura de inquérito, garante que não há relação de causa entre a morte do bebé os problemas com as escalas de ginecologia obstetrícia.
O Bastonário da Ordem dos Médicos acredita que as responsabilidades são políticas e rejeita que a culpa possa sobrar para os clínicos.
O Sindicato Independente dos Médicos alerta que a situação "pode ocorrer" noutros hospitais e defende que o Ministério da Saúde tem de encontrar "soluções" para evitar tragédias.