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Dia de Portugal

Marcelo diz que profissionais de saúde portugueses são "uma marca de qualidade" no Reino Unido

11 jun, 2022 - 16:07 • Lusa, António Fernandes (correspondente em Londres)

Presidente da República visitou nesta manhã um hospital da capital britânica, onde pediu aos profissionais que ponderassem voltar a Portugal.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, qualificou neste sábado os profissionais de saúde portugueses como uma "marca de qualidade" de Portugal no Reino Unido.

"Uma marca de qualidade, uma das muitas marcas de qualidade no Reino Unido, é a vossa", afirmou durante a visita a um hospital londrino e dirigindo-se a um grupo de profissionais de saúde do hospital Royal Brompton, onde trabalham mais de 100 portugueses.

“Foi um acaso muito feliz” que esta qualidade fosse comprovada pelo próprio primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que foi acompanhado pelo enfermeiro Luís Pitarma quando esteve internado no Hospital de St. Thomas, destacou.

"Bastava ser por qualquer cidadão, mas deu um prazer especial ser a todos os níveis verificado", confessou, sob risos e aplausos das cerca de três dezenas de pessoas, a grande maioria profissionais portugueses do estabelecimento de saúde.

Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu a "dedicação e humildade", sobretudo durante a pandemia, que implicou "mais risco, mais horas extra, mais sacrifício familiar e da vida pessoal".

"Isso não tem preço", enfatizou.

Ao longo dos últimos 10 anos, reconheceu, "fomos enriquecendo o nosso aliado o Reino Unido com a qualidade dos nossos profissionais, em particular as nossas profissionais", reconhecendo que a assistência era maioritariamente feminina.

Embora considere ser "um grande orgulho" ouvir elogios dos responsáveis do hospital sobre a competência dos portugueses, salientou que "não desistimos de vos ter em Portugal".

"Para já, têm de ir e vir (...) mas depois espero que, a seguir à experiência britânica, venham ter a experiência portuguesa novamente".

Mas Marcelo admite dificuldades para trazer estes profissionais de saúde de volta a Portugal, até pelas “diferenças salariais”. Relembrou, por isso, o “investimento no Serviço Nacional de Saúde como uma das prioridades”.

Voltar? “Não está nos meus planos”

Porém, nem todos partilham deste plano, tendo alguns dos presentes mencionado, à margem da cerimónia, que o salário mais elevado e a valorização profissional são as principais vantagens de trabalhar no Reino Unido em comparação com Portugal.

"Aqui podemos progredir na carreira, receber formação e pedir transferência de serviço e nunca nos dizem que não", exemplificou a enfermeira Carla Moura à agência Lusa.

O Brexit e a pandemia levaram colegas enfermeiros a regressar a Portugal nos últimos anos, mas nenhuma se manteve na profissão, tendo três optado por trabalhar como mediadoras imobiliárias e uma quarta está empregada numa empresa familiar, conta.

"Fico cá porque gosto. Quando saí de Portugal ganhava menos do que no início da carreira de nove anos", recordou a enfermeira Catarina Lopes.

Cátia Francisco refere que a distância de Portugal é diminuída pela frequência com que visita o país, quase todos os meses, graças à flexibilidade de horários de trabalho e acumulação de dias de folga após vários turnos.

"Temos colegas que vivem em Portugal e vêm cá trabalhar", revela, porque "ganham mais numa semana aqui do que num mês inteiro lá".

Os hospitais Royal Brompton e Harefield, com instalações em Chelsea e em Harefield, ambos a Oeste de Londres, constituem juntos o maior centro dedicado ao coração e pulmão no Reino Unido e um dos maiores da Europa para pessoas com doenças cardíacas e pulmonares, incluindo condições raras e complexas.

Estes hospitais foram pioneiros no transplante de coração e pulmão e na realização da primeira angioplastia coronária e abriram também o primeiro centro de fibrose cística adulta do Reino Unido.

Atualmente oferecem alguns dos tratamentos mais sofisticados e pioneiros no mundo, tendo recentemente aberto um novo centro de diagnóstico com tecnologia de imagem.

Por ano, atendem mais de 200.000 doentes ambulatórios e quase 40.000 doentes internados.

Possuem aproximadamente 4.000 funcionários, 116 dos quais enfermeiros e médicos portugueses, e um orçamento de aproximadamente 500 milhões de libras por ano (585 milhões de euros).

O Presidente da República encontra-se em Londres entre para as celebrações do Dia de Portugal com a comunidade portuguesa do Reino Unido, que iniciou na sexta-feira.

O dia começou na Escola Anglo-Portuguesa de Londres, tendo previsto um almoço com representantes da comunidade portuguesa ligados às artes.

Marcelo Rebelo de Sousa diz ser “impossível estar com os 400 mil portugueses” que vivem no Reino Unido, mas acrescenta que vai conhecer milhares de pessoas da área da cultura ao mundo empresarial.

Para o próximo ano, lançou a vontade de celebrar o 10 de Junho na África do Sul, projeto adiado em 2020 devido à pandemia de Covid-19.

Na parte da tarde, Marcelo Rebelo de Sousa visita o Imperial College, último ponto do programa oficial até agora definido. No domingo, pelas 12h00, o Presidente da República parte para Andorra.
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