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Portugal desce no Índice Global de Paz

15 jun, 2022 - 10:13 • Marta Grosso com redação e Lusa

Islândia é o país mais pacífico, enquanto o Afeganistão está na cauda da lista há cinco anos. Moçambique registou uma das maiores quedas do ranking e Brasil mantém-se no 130.º lugar.

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Portugal está no sexto lugar do Índice Global de Paz de 2022, onde desceu uma posição, dentre uma lista de 163 países.

Segundo o relatório publicado nesta quarta-feira pelo Instituto de Economia e Paz, contribuíram para a descida, uma maior taxa de detenções e um ligeiro aumento dos homicídios.

No pódio do Índice estão a Islândia (primeiro lugar), a Nova Zelândia (em segundo) e a Irlanda.

Na ponta oposta está o Afeganistão, considerado o país menos pacífico do mundo pelo quinto ano consecutivo, seguido pelo Iémen, a Síria, a Rússia e o Sudão do Sul, os dez piores nos últimos três anos.

Moçambique afunda e Angola sobe

Moçambique teve uma das maiores quedas no Índice Global de Paz: 11 lugares, para a 122.ª posição, devido ao terrorismo. Angola escalou 14 lugares, para 78.º.

A província de Cabo Delgado, rica em gás natural, é aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Além disso, há 784 mil deslocados internos devido ao conflito moçambicano, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda, a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, a Norte, junto à Tanzânia, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.

Pelo contrário, Angola subiu 14 lugares no Índice para 78.º lugar, devido a melhorias na redução de manifestações violentas, do impacto do terrorismo, e melhoria das perceções sobre a criminalidade, embora registe um forte custo económico da violência no país.

"Mostrou também um compromisso maior com o financiamento de [missões de] manutenção da paz e reduziu os gastos com as forças armadas como percentagem do PIB [Produto Interno Bruto] e importou menos armas", salientou Steve Killelea, fundador e diretor do IEP, em declarações à agência Lusa.

Dos restantes países lusófonos analisados, Timor-Leste manteve-se em 54.º lugar, a Guiné Equatorial desceu seis posições para a 59.ª e a Guiné-Bissau caiu nove para a 110.ª posição da lista de 163 países. O Brasil manteve-se no 130.º lugar.

O Índice Global de Paz, atualmente na 16.ª edição, faz uma análise sobre as tendências da paz, o valor económico e como desenvolver sociedades pacíficas, usando 23 indicadores qualitativos e quantitativos em três domínios: o nível de segurança e proteção social, a dimensão do conflito doméstico e internacional em curso, e o grau de militarização.

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