20 jun, 2022 - 10:00 • João Cunha
Mais de quatro meses após o início do conflito na Ucrânia, ainda há cidadãos ucranianos em Portugal que não receberam os prometidos apoios estatais. Por essa razão, e pelo facto de as cidades de onde são originários terem voltado a estar sob poder das forças ucranianas, estão a regressar ao seu país.
No Dia Mundial do Refugiado, que se assinala esta segunda-feira, o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, dá o exemplo concreto dos seis membros da família que foi buscar à Ucrânia.
"No início de março, trouxe a minha família. Trataram da legalização e entregámos todos os documentos à segurança social. E até agora, a única coisa que recebemos foi uma carta, na sexta-feira, com um abono de 37 euros para a minha sobrinha", explica Pavlo Sadoka, que lembra ter seis pessoas a seu encargo. Uma delas portadora de deficiência.
"O meu sobrinho tem uma profunda deficiência e até agora, não lhe deram qualquer apoio."
Ainda assim, refere que apesar de não terem meios para sobreviver, a situação dos refugiados ucranianos não é critica, devido à ajuda que recebem dos portugueses.
"Não há uma situação critica", explica Pavlo, que acrescenta que "os ucranianos não querem pesar a estes portugueses que os ajudam, e por isso, os que não conseguem trabalhar querem regressar, porque não têm meios para sobreviver".
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, que mereceu a condenação de grande parte da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição de sanções à Rússia.