20 jun, 2022 - 15:22 • Henrique Cunha
A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, assegura que Portugal vai dispor de “um financiamento nunca visto”.
Participando na mesa-redonda que assinalou os 63 anos do Hospital de São João, no Porto - “63 anos de Medicina Ciência. Como será o futuro?" - , Elvira Fortunato sublinhou a ideia de que “não há desculpa hoje em dia relativamente a não ter dinheiro".
A ministra garante que "não será por falta de financiamento" que muitos projetos de investigação e desenvolvimento não avançarão, porque, entre o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) e os fundos do atual programa quadro, Portugal vai dispor de “um financiamento nunca visto”.
Fortunato garante que vai haver muito dinheiro, assim como o acesso a muito financiamento para ajudar a resolver problemas que hoje se enfrentam, mas reconehce que é necessário combater a burocracia, devendo o Governo trabalhar mais numa base de confiança com a comunidade científica.
“O Estado, neste caso, o Governo tem que trabalhar, governar mais numa base de confiança e não de desconfiança, porque por muitas vezes toda esta burocracia que existe, que é imensa, é porque se desconfia”, afirmou.
Para a ministra, a “máquina administrativa” na Ciência é uma “máquina pesada”, pelo que é importante “aligeirar isso, não só aos próprios processos administrativos, mas, nomeadamente, na parte dos projetos científicos, nomeadamente projetos europeus, que são fontes de financiamento que trazem muito dinheiro para Portugal”.
“A execução e toda a burocracia associada a essa execução vai ter que diminuir”, reforçou.
Para Elvira Fortunato, dever-se-ia "confiar na comunidade científica, confiar nos investigadores e tentar desburocratizar”. Com tudo isso “só temos ganhos, porque podemos usar parte do nosso tempo desperdiçado em ‘paper work’ a fazer coisas muito mais interessantes e de valor acrescentado”.
Ainda sobre a questão do financiamento à Ciência, Elvira Fortunato destacou que “a Ciência evoluiu, a sociedade evoluiu” e que são necessários “outros modelos” para gerir fundos, destacando o papel do PRR.
Antes, na sua intervenção inicial, a ministra voltou a assegurar que o Governo quer que em 2030 o investimento em investigação e desenvolvimento atinja os três por cento do PIB.