20 jun, 2022 - 23:45 • Rafael Duarte
O Verão começa agora, mas, no Algarve, os efeitos do calor já se fazem sentir principalmente desde o início de junho. Os turistas rumam a sul do país à procura do bom tempo.
A verdade, é que se sente uma aura positiva e faz lembrar os tempos de 2019. Aliás, há expetativas de um ano tão bom ou melhor que o de 2019. Espera-se que as taxas de ocupação de julho cheguem aos cerca de 84%, em agosto sejam superiores a 90% e em setembro também andem perto dos 90%.
"Temos expetativas de prolongar, à semelhança de 2018 e 2019, a procura para as épocas intermédias e baixas. Portanto a nossa expetativa é fechar o ano já muito próximo dos valores de 2019".
João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve, não esconde o otimismo e garante, à Renascença, que a sul do país está tudo de braços abertos para receber os turistas. Não só internacionais, mas também os nacionais. Até porque João Fernandes diz que os portugueses foram "a salvação de muitas empresas" nos últimos anos de pandemia e lembra que "há mais de 40 anos" que principalmente no verão todos os caminhos vão dar ao Algarve.
"A expetativa é que assim aconteça embora naturalmente saibamos que não vamos ter a avalanche da procura do ano passado porque este ano os portugueses também já podem sair para o estrangeiro", explica.
Apesar do cenário positivo o Algarve enfrenta grandes dificuldades no setor do turismo. Os empresários lamentam as dificuldades que estão a sentir em contratar funcionários e isso já está a ter consequências.
"Neste momento sabemos que há hotéis, principalmente as grandes unidades, que têm vários bares e alguns deles eventualmente não prestarão o serviço na totalidade e outros serviços também porque não há pessoas para preencher todo o tipo de oferta de trabalho que a hotelaria tem neste momento no Algarve", realça.
João Soares, Presidente da Associação da Hotelaria de Portugal no Algarve, diz que os empresários tentam agilizar a vinda de trabalhadores principalmente dos países de língua portuguesa e pedem às autarquias uma maior oferta de transportes para permitir aos trabalhadores que procurem rendas mais baratas longe das zonas turísticas.
"Há uma deficiência do número de trabalhadores e tem sido difícil porque são processos muito demorosos e os empresários não podem estar à espera que estes processos se resolvam", indica.
Enquanto não chegam respostas a estes pedidos, João Soares conta-nos que os empresários têm tentado contratar com outras ofertas: "Os salários são bastante acima das tabelas indicativas pela contratação coletiva de trabalho, também tem havido outro tipo de incentivos dos empresários que já estão a alugar apartamentos e alojamento para conseguir fixar os trabalhadores e outros estão a criar incentivos e apoios ao combustível para quem vive mais longe".
Apesar das dificuldades, João Soares está confiante que o setor vai conseguir superar esta situação e que vão conseguir dar a resposta necessária aos muitos turistas que fazem as malas rumo ao Algarve.