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Federação diz que ainda estão por contratar 35% dos nadadores-salvadores

22 jun, 2022 - 14:37 • Lusa

Há praias e piscinas sem vigilância e faltam nadadores-salvadores.

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A Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores (FEPONS) alertou hoje que estão por contratar 35% dos nadadores-salvadores necessários para a época balnear, existindo 22 praias e piscinas sem vigilância.

Os dados decorrem de um estudo realizado pela FEPONS no início de junho, junto das associações de nadadores-salvadores associadas, e que demonstra que "neste momento ainda estão por contratar 35% dos nadadores-salvadores necessários", refere a Federação em comunicado.

A zona sul do país é a que regista maior dificuldades na contratação, com "38% de nadadores-salvadores ainda por contratar", média que desce para 35% na zona Centro e para 28% no Norte.

De acordo a FEPONS, "existem pelo menos 22 praias/piscinas que, embora já em período de época balnear, foram forçadas a permanecer fechadas devido à falta de nadadores-salvadores, o que eleva o risco de afogamento".

Os dados do estudo revelam ainda que em 63 praias foi criado um dispositivo reduzido, em função do legalmente necessário, como forma de colmatar as necessidades em várias zonas do país.

Assim, acrescenta a FEPONS, "constata-se que cada dois nadadores-salvadores têm de realizar o trabalho de três profissionais, o que sugere uma média semanal de 60 horas de trabalho".

Na nota, a FEPONS lembra que, até ao momento, o Estado nunca regulamentou incentivos para a profissão de nadador-salvador, o que permitiria "aumentar o interesse", especialmente junto "dos estudantes, que são a grande maioria dos profissionais".

Além disto, segundo a Federação, "o Estado forçou a descida dos salários dos nadadores-salvadores ao lançar concursos para a sua contratação, cujo único critério é o preço mais baixo, levando a que a maioria destes técnicos altamente especializados aufira o salário mínimo nacional".

A FEPONS acusa ainda o Estado de nunca ter criado uma carreira especial de nadador-salvador na função pública, "o que leva a que estes profissionais quando contratados pelo Estado sejam enquadrados como assistentes operacionais, com o salário mais baixo da função pública".

Para a Federação, a transferência de competências da assistência a banhistas para as autarquias está também a ser "desvirtuada" com muitas câmaras a "empurrar" esta área para os concessionários de praia, quando "o objetivo seria melhorar as condições de trabalho dos nadadores-salvadores ao passar este setor para o Estado".

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