24 jun, 2022 - 19:13 • Ana Lisboa
A Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN) pede ao Governo que "a atribuição dos apoios diretos às famílias tenha em conta o número de elementos do agregado familiar, incluindo todos os dependentes, no sentido de dar uma resposta efetiva aos problemas de extrema carência que afetam de forma especial as famílias mais numerosas".
Em declarações à Renascença, a secretária-geral da APFN, Ana Cid, solicita ao executivo "que em vez de um valor por família, seja definido um valor por pessoa".
Ana Cid alega que "com a escalada dos preços dos bens essenciais, nomeadamente da alimentação, é fundamental apoiá-las em função dos encargos essenciais à subsistência e estes estão relacionados com a dimensão da família".
Em seu entender, "não é a mesma coisa apoiar com 60 euros uma pessoa, ou esses mesmos 60 euros serem destinados a 2, 3 ou mais pessoas".
Por isso, a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas já deu conhecimento destas suas preocupações ao governo, nomeadamente ao Primeiro-Ministro, António Costa e à Ministra da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, pedindo "maior justiça" e esperando que haja "um ajustamento da medida para fazer face às famílias mais carenciadas".
Os últimos dados sobre a pobreza e exclusão social do INE, divulgados em 2021, revelam que "em Portugal quase 40% das famílias compostas por dois adultos e três ou mais crianças estão em risco de pobreza".
As famílias numerosas são "um dos alvos mais vulneráveis à pobreza e à exclusão social". Ana Cid diz que "podemos estar a falar de 50 mil famílias".
Recorde-se, que o governo aprovou ontem, em Conselho de Ministros, a renovação do apoio de 60 euros que só será pago uma vez até setembro.
Algumas famílias podem receber este apoio em julho e outras em agosto.
"Em julho é pago às pessoas que são beneficiárias da tarifa social de energia, em agosto às que tendo prestações mínimas não são beneficiárias da tarifa social de energia", explicou a ministra da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, em conferência de imprensa.
Em causa estão, sublinhou esta responsável, 1,07 milhões de famílias.