27 jun, 2022 - 13:42 • Lusa
O primeiro-ministro assumiu esta segunda-feira como meta nas energias renováveis oceânicas atingir dez gigawatts de capacidade até 2030 e duplicar o número de startups na economia azul, bem como o número de projetos apoiados por fundos públicos.
Estas metas foram assumidas por António Costa no discurso que proferiu no primeiro dia da 2.ª Conferência dos Oceanos da Organização das Nações Unidas (ONU), coorganizada por Portugal e pelo Quénia, que decorre até sexta-feira na Altice Arena, em Lisboa.
“É urgente reconhecer o nexo determinante entre clima e oceano, que nos exige a sua proteção como o principal regulador climático e sumidouro de carbono, mas que nos proporciona também recursos essenciais da nossa estratégia de descarbonização e de autonomia energética. Nesse sentido iremos apostar na produção de energias renováveis oceânicas com vista a atingir dez gigawatts de capacidade até 2030”, declarou o primeiro-ministro.
Neste contexto, António Costa adiantou que Portugal irá criar, em parceria com a Agência Europeia de Segurança Marítima, “uma zona piloto de emissões controladas no mar português”.
Na sua intervenção, o primeiro-ministro considerou a economia azul “um elemento central” da estratégia de desenvolvimento nacionais.
“Queremos promover o empreendedorismo, o emprego e a inovação, em particular na bio economia do mar. Com este objetivo vamos operacionalizar o campus do mar, incluindo a criação de um Hub Azul, para duplicar o número de startups na economia azul, bem como o número de projetos apoiados por fundos públicos”, disse.
No seu discurso, o primeiro-ministro classificou como um sucesso o interesse gerado pelo Fórum sobre Economia Azul e Investimento, que terá lugar terça-feira, no Estoril, concelho de Cascais.
“A procura de inscrições excedeu de tal forma a capacidade do espaço que já sabemos que o fórum será o maior evento global da Economia Azul em 2022. E, por isso mesmo, também tenho o prazer de vos anunciar que o Governo português decidiu organizar uma segunda edição do fórum, já no próximo ano, novamente em Portugal”, anunciou o líder do executivo.
Este fórum, de acordo com António Costa, proporciona “uma oportunidade única de pôr em contacto os investidores e os potenciais beneficiários, permitindo-lhes compreender como podem aceder a financiamentos disponíveis”.
Conferência dos Oceanos
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O primeiro-ministro assumiu também, neste primeiro dia da conferência, os compromissos de classificar 30% das áreas marinhas nacionais até 2030, com Portugal a possuir a totalidade dos seus 'stocks' de pesca nacional dentro dos limites biológicos sustentáveis.
Na sua intervenção, em que assumiu quatro compromissos em termos de ação, António Costa procurou salientar a ideia de que, quando se fala de oceanos, o conhecimento científico “tem de estar no centro”.
Nesse sentido, aproveitando a centralidade atlântica dos Açores, o Governo português, de acordo com o chefe do executivo, “dará continuidade ao investimento na iniciativa Air Center, enquanto rede de colaboração científica entre países e institutos de investigação sobre áreas como o espaço, a observação da atmosfera, os oceanos, o clima e a energia”.
“E até ao final deste ano, iremos criar o gabinete da Década das Nações Unidas das Ciências do Oceano para o Desenvolvimento Sustentável”, referiu.
Outro compromisso assumido pelo líder do executivo é o de Portugal “assegurar que 100% do espaço marítimo sob soberania ou jurisdição portuguesa seja avaliado em bom estado ambiental”.
“E, até 2030, classificar 30% das áreas marinhas nacionais”, completou.
Ainda este ano, segundo António Costa, foi dado um passo nesse sentido ao ser aumentada “em 27 vezes o tamanho da Reserva Natural das Ilhas Selvagens, tornando-a na maior área marinha protegida do Atlântico Norte”.
“Por outro lado, na segurança alimentar, queremos transformar a pesca nacional num dos setores mais sustentáveis e de baixo impacto a nível mundial, mantendo 100% dos stocks dentro dos limites biológicos sustentáveis”, frisou a seguir o primeiro-ministro.
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