27 jun, 2022 - 09:40 • Anabela Góis com redação
A comissão criada para resolver a crise nas urgências de obstetrícia vai apresentar o seu plano para os próximos meses na quarta-feira.
Ao que a Renascença apurou, esta segunda-feira a comissão, presidida pelo médico Diogo Ayres de Campos, volta a reunir-se com a ministra da Saúde e com as administrações regionais de saúde. Um encontro para avaliar o estado das contingências neste mês de junho, em que muitas urgências estiveram fechadas por falta de médicos.
Em entrevista ao programa Hora da Verdade da Renascença e do jornal Público, na semana passada, o médico e diretor do serviço de obstetrícia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa adiantava que o plano para limitar os efeitos que vimos agravados ao longo destas semanas passava por avaliar “a situação de uma forma muito objetiva” e “planear com alguma distância”.
“Queremos planear pelo menos a um mês, para ser possível avisar algumas pessoas no caso de ser necessário trocar contingências de um dia para o outro, para assegurar que elas não ocorrem todas ao mesmo tempo. Eventualmente se existirem situações que são impossíveis de lidar trocando contingências, pode haver necessidade de concentrar recursos numa maternidade e passar a equipa da maternidade que fica temporariamente encerrada para outra”, explicou.
O Governo já avançou com a constituição de uma Comissão de
Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Bloco de
Partos. São seis pessoas, que integram também o grupo técnico para a elaboração
de proposta de criação da Rede de Referenciação Hospitalar em saúde materna e
infantil.
Entretanto, os pedidos de escusa de responsabilidade não param de subir no Serviço Nacional de Saúde.
São cada vez mais os enfermeiros, médicos e agora, pela primeira vez, também os farmacêuticos hospitalares apresentaram declarações que alertam para a falta de profissionais e outras condições que permitam garantir a segurança dos cuidados de saúde.
Este ano, a Ordem dos Enfermeiros já recebeu mais cinco mil pedidos de escusa de responsabilidade, mais de três mil chegaram do Centro Hospitalar de Leiria.
Hora da Verdade
Há precisamente uma semana Diogo Ayres Campos foi (...)