27 jun, 2022 - 17:48 • Lusa
O Tribunal Central Criminal de Lisboa condenou hoje 22 dos 27 arguidos no processo Hammerskins a penas entre os seis meses e os nove anos de prisão, sete das quais de cumprimento efetivo.
A pena mais pesada foi aplicada a Alexandre Silva, condenado a nove anos de prisão efetiva, por um crime de discriminação racial, religiosa ou sexual, três crimes de ofensa à integridade física qualificada, um crime de homicídio qualificado na forma tentada e um crime de dano.
A pena mais leve foi aplicada ao arguido João Vaz, guarda prisional de profissão, tendo sido condenado a seis meses de prisão, com pena suspensa por um ano na sua execução, por detenção de arma proibida (soqueira).
Este arguido foi absolvido de um crime de discriminação racial, religiosa ou sexual, de três crimes de ofensa à integridade física qualificada, por alegadas agressões a militantes do PCP, no final de um comício no Coliseu dos Recreios.
O tribunal absolveu ainda na íntegra cinco dos 27 acusados: João Pedro Vicente, Luís Ribeiro, Orlando Pessoa, Rúben Martins e Bruno Mouta.
Das 22 condenações sete foram a penas efetivas de prisão e 15 são condenações suspensas na execução.
Os 27 arguidos, que foram a julgamento por crimes de ódio racial e sexual, ofensas corporais, incitamento à violência, tentativa de homicídio, tráfico de droga e posse de arma proibida, estão conotados com o movimento Portugal Hammerskins (PHS) - grupo que exalta a superioridade branca - e foram acusados, entre outros factos, de terem agredido violentamente várias pessoas na zona de Lisboa, entre homossexuais, imigrantes e militantes comunistas.
Segundo a acusação do MP, ficou "suficientemente indiciado que os arguidos agiram com o propósito de pertencer a um grupo que exaltava a superioridade da 'raça' branca face às demais ‘raças’, sabendo que, pertencendo a tal grupo deveriam desenvolver ações violentas contra as minorias raciais, assim como contra todos aqueles que tivessem orientações sexuais e políticas diferentes das suas".
O grupo foi desmantelado em 2016 no decurso de uma operação da Unidade Nacional Contraterrorismo da Polícia Judiciária (PJ).