06 jul, 2022 - 11:37 • Celso Paiva Sol
A operação que visa o grupo Douro Azul, do empresário Mário Ferreira, inclui oito buscas em sociedades no Porto, Funchal e Malta.
“No âmbito de um inquérito dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), em que a investigação está a cargo da Direção de Serviços de Investigação da Fraude e de Ações Especiais (DSIFAE) da Autoridade Tributária e Aduaneira, realizam-se, hoje, oito buscas em sociedades, entre as quais sociedades de advogados”, segundo comunicado do DCIAP.
Nas buscas participam dois magistrados judiciais, cinco magistrados do Ministério Público, 19 inspetores e peritos forenses da DSIFAE e 12 elementos da Unidade de Ação Fiscal da GNR.
“As diligências visam a recolha de prova relacionada com a alienação de um ferry a uma sociedade com sede em Malta. Os factos em investigação são suscetíveis de constituir a prática dos crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento. A investigação prossegue sujeita a segredo de justiça”, segundo o comunicado oficial.
Em causa, tudo indica, está um inquérito do Departamento Central de Investigação e Ação sobre a venda do navio Atlântida em 2015. A embarcação tinha sido comprada em setembro de 2014 por 8,7 milhões de euros - na altura, muito abaixo do valor de mercado - e foi vendida oito meses depois por 17 milhões de euros. O Ministério Público chama-lhe caso Ferry.
A Douro Azul confirma a realização de buscas na sua sede, na cidade do Porto, não esclarece os factos em investigação, mas diz estar a colaborar com os investigadores.
“Não posso falar porque o inquérito está em segredo de justiça. As buscas estão a ser feitas lá dentro e isso é a única coisa que agora posso dizer e confirmar”, diz Nuno Bizarro, representante jurídico empresa, à porta da Douro Azul.
O advogado mostra-se mais preocupado em defender o bom nome da empresa, criticando a sucessão de notícias que têm visado Mário Ferreira. “Vamos prestar toda a informação necessária para que o grupo de Mário Ferreira seja visto com os olhos com que deve ser. Tem a ver com um conjunto de informações que hoje em dia circulam nos Media, que não devem circular, e que não têm nada a ver com este tema.”
[notícia atualizada às 12h50]