13 jul, 2022 - 11:06 • Lusa
O ministro das Infraestruturas garante que "não há uma posição fechada" para a solução aeroportuária de Lisboa, havendo "abertura total" para diálogo com o PSD, considerando que o despacho revogado é "assunto arrumado".
"Esse despacho já não existe e por isso não há uma posição fechada, há abertura total para conversarmos com o PSD", afirmou Pedro Nuno Santos, que está a ser ouvido no parlamento, por requerimento do PSD, para esclarecimentos sobre os problemas nos aeroportos de Lisboa e do Porto.
No dia 29 de junho, o Ministério das Infraestruturas publicou um despacho que dava conta de que o Governo tinha decidido avançar com uma nova solução aeroportuária para Lisboa, que passava por avançar com o Montijo para estar em atividade no final de 2026 e Alcochete e, quando este estiver operacional, fechar o aeroporto Humberto Delgado.
No entanto, no dia seguinte à sua publicação, o despacho foi revogado por ordem do primeiro-ministro, António Costa, levando Pedro Nuno Santos a assumir publicamente "erros de comunicação" com o Governo nas decisões que envolveram o futuro aeroporto da região de Lisboa.
O ministro das Infraestruturas disse, esta quarta-feira, que se trata de "um assunto que está arrumado" para o Governo.
Para o governante, não vai haver uma solução para o novo aeroporto de Lisboa que "vá ser aceite por toda a gente".
"Nós temos de fazer esse trabalho, tentarmos encontrar uma solução conjunta, essa é a opção do Governo, estamos todos disponíveis, não só eu, para que a solução não seja exatamente aquela que nós queremos", salientou, em resposta ao deputado do PSD Paulo Rios.
"É óbvio para todos que nós temos problemas no Aeroporto Humberto Delgado conjunturais e estruturais", afirmou o ministro das Infraestruturas e da Habitação.
No entanto, desvalorizou a classificação do site alemão AirHelp, que divulga anualmente um 'ranking' mundial dos aeroportos, no qual o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, surge na 132.ª posição, com uma avaliação geral de 5.76 em 10 pontos, entre os 132 aeroportos avaliados, ou seja, em último lugar.
O governante apontou que o ranking tem várias falhas e está desatualizado, posição que tinha sido já defendida também pela ANA - Aeroportos de Portugal.
Pedro Nuno Santos disse também ser "óbvio" que a TAP é a companhia aérea com mais cancelamentos na Portela, porque "a presença da TAP no aeroporto não tem paralelo com outra companhia".
O ministro das Infraestruturas adiantou ainda que a média de cancelamentos no aeroporto de Lisboa entre 1 e 07 de julho foi de 4,5%, sendo que a da TAP foi de 2,8%.
"Temos problemas no Aeroporto Humberto Delgado, temos problemas com a maior companhia aérea que opera nesse aeroporto, estamos, apesar disso, muito longe da realidade vivida pela maioria esmagadora das companhias e aeroportos por toda a Europa", acrescentou.
A audição de Pedro Nuno Santos acontece numa altura em que estão a ser cancelados vários voos, diariamente, nos aeroportos europeus, devido à falta de pessoal, greves e outros fatores externos agravantes, nomeadamente climáticos, relacionados com a covid-19 ou com imprevistos. Em Portugal, o Aeroporto Humberto Delgado tem sido especialmente afetado, com dezenas de cancelamentos diários na última semana.