11 jul, 2022 - 20:24 • Inês Rocha
A partir de terça-feira, a maior parte do território nacional vai registar temperaturas superiores a 40 graus e, em algumas zonas, é possível que sejam batidos recordes históricos de temperatura máxima. A temperatura mais alta alguma vez registada em território nacional foi de 47.3 graus Celsius, em 2003, na Amareleja, no Alentejo.
À Renascença, a meteorologista do IPMA Patrícia Gomes diz que "é muito cedo" para fazer essa previsão, mas admite que o recorde possa ser ultrapassado em algum ponto do território.
"Por exemplo, na quinta feira, dia 14, prevê-se, com os dados disponíveis hoje, que a cidade de Évora registe uma temperatura máxima de 46 graus. Muito possivelmente locais pontuais no interior do Alentejo e também do Vale do Tejo, como Coruche, em Santarém, poderão ter valores acima de 45 graus".
"O que podemos afirmar com muita certeza é que é um episódio de tempo excessivamente quente, muito seco e durante muitos dias, num período muito longo de tempo, o que aumenta bastante o desconforto térmico para a população em geral durante toda a semana", diz a especialista do IPMA.
No Twitter, a Best Weather Portugal diz que ao longo desta semana, a Península Ibérica poderá pela primeira vez superar os 48ºC medidos na sombra na rede IPMA/AEMET.
A maior subida de temperatura será registada de segunda para terça-feira. Em certos distritos do país, a temperatura máxima deverá registar uma subida de dez graus. Nos dias seguintes, haverá subidas pontuais, "pelo menos até quinta-feira".
Segundo a especialista, esta onda de calor é causada por "uma depressão que está mais ou menos posicionada a oeste de Portugal Continental". "Ela está a injetar, de forma continuada, ar quente vindo do Norte de África para o território de Portugal, para toda a Península Ibérica e não se vai movimentar nos próximos dias", explica a meteorologista.
O fenómeno já começou na última semana. Como se pode ver nesta imagem registada a 9 de julho pela Sentinel-3, uma série de satélites de observação da Terra desenvolvida pela Agência Espacial Europeia, as temperaturas do solo ultrapassaram os 60ºC em Portugal e Espanha.
As altas temperaturas, aliadas a uma seca extrema, aumentam e muito o risco de incêndio em todo o território nacional. "Está tudo muito quente e seco e qualquer ignição pode ser perigosa para os incêndios", lembra Patrícia Gomes.
Esta semana, a Península Ibérica atinge um nível de perigo de incêndio "muito extremo", como se pode ver nesta previsão do Copernicus, o Programa europeu de Observação da Terra.