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​Mortalidade

Epidemiologista diz que Covid só teve "papel indireto" no pico de mortalidade

14 jul, 2022 - 15:12 • Redação

Pelo menos desde 1980 que não morriam tantos portugueses num mês de junho. Em declarações à Renascença, Manuel Carmo Gomes recorda os atrasos nos diagnósticos e consultas provocados pela pandemia.

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A Covid-19 está atualmente a causar mortes ao nível da gripe sazonal, mas os efeitos indiretos da pandemia no Serviço Nacional de Saúde (SNS) podem explicar o excesso de mortalidade em junho, afirma Manuel Carmo Gomes.

Em declarações à Renascença, o especialista recorda os atrasos nos diagnósticos e consultas provocados pela pandemia.

“Houve uma série de pessoas que adiaram os seus exames, houve consultas adiadas, houve pessoas que saíram de casa com medo de serem infetadas. Houve uma série de perturbações aos serviços essenciais que pode explicar, em parte, este excesso de mortalidade”, afirma Manuel Carmo Gomes.

Por isso, o epidemiologista não coloca de parte que a pandemia de Covid-19 “tenha tido um papel indireto neste excesso de mortalidade”.

Pelo menos desde 1980 que não morriam tantos portugueses num mês de junho. Só em junho de 2022, registaram-se 10.215 mortes em Portugal - uma subida de 26% face à média de mortes diárias entre 2009 e 2019, o intervalo de referência pré-Covid. É a primeira vez que o mês de junho regista mais de nove mil mortes.

Manuel Carmo Gomes avança ainda que a letalidade por Covid-19 não justifica o aumento da mortalidade em junho.

“A Covid está a matar muito menos, quer antes da vacinação, quer antes da variante Ómicron. Por cada mil, há 15 que morrem. Isto é um número que está ao nível da gripe sazonal”, sublinha.

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